segunda-feira, 11 de julho de 2011

Jornalista "americano sem documentos"


O jornalista que ganhou um Pulitzer ao serviço do diário norte-americano Washington Post - e que abalou a América há três semanas com a revelação de que é um imigrante ilegal desde a infância - abraçou o activismo pela reforma das leis de imigração nos Estados Unidos com a criação de um grupo de lobby que, em renovado tom de desafio, a que chamou Define American (definam o que é ser americano).
A notícia é avançada pelo jornal "Público". Com este passo, José António Vargas mergulha ainda mais fundo num dos mais acesos e polémicos debates na política norte-americana. "Num dos mais necessários", argumenta também o filipinoi que chegou aos Estados Unidos, ilegamente, aos 12 anos, em 1993, e que conquistou o mais reputado prémio do jornalismo no mundo, antes mesmo de fazer 30 anos.
Vargas confessou as suas origens e tudo quanto teve de fazer para forjar a cidadania norte-americana, num texto publicado a 22 de Junho na revista do New York Times. "A minha vida como emigrante sem documentos", era o título, e, nesse texto, conta como a mãe o entregou nas mãos de um tio que ele não conhecia e que o levou num voo de Manila para a região de São Francisco, na Califórnia para viver com os avós maternos, ambos naturalizados norte-americanos.
"Decidi que jamais poderia dar a alguém razões para duvidar que eu era americano. E convenci-me qye se trabalhasse e tivesse sucesso seria recompensado com a cidadania." Senti que podia conquistá-la. Tenho tentado, ao longo de 14 anos, mas continuo a ser um emigrante sem documentos.
Exitem uns estimados 11 milhões de pessoas a viver ilegalmente nos Estados Unidos e, nos meses recentes, vários estados apertaram a legislação de imigração a um ponto que vários grupos activistas descreverem como "discriminação racial".
Com o Define American, Vargas quer pressionar as autoridades a mudar as leis de imigração e lutar contra os preconceitos sobre "quem faz parte da enorme população de imigrantes ilegais nos Estados Unidos". No website do novo grupo, o jornalista explica: "Pago os impostos. Sou auto-suficiente. Sou americano. Só não tenho os documentos certos".

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