A Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) espera que a 41.ª
semana nacional dedicada aos migrantes e refugiados, entre 11 e 18 de agosto,
seja “um momento especial” de atenção aos portugueses espalhados pelo mundo.
O
ponto alto da celebração anual vai acontecer na peregrinação dos migrantes ao
Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 de agosto, que este ano será presidida
por D. Jean Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo, país onde está instalada
uma importante comunidade de emigrantes portugueses.
A
peregrinação terá como “intenção especial todos os portugueses que se viram
obrigados a emigrar devido à situação económica de Portugal”, e será uma forma
da Igreja Católica garantir a estas pessoas “uma verdadeira comunhão de fé e de
esperança”.
Num comunicado dirigido a “todos os setores da
Igreja, entre os quais “dioceses, paróquias, capelanias, institutos de vida
consagrada e movimentos eclesiais”, o organismo chama a atenção para as
dificuldades que hoje enfrentam os “emigrantes, os missionários e os agentes
pastorais” que os acompanham.
“O
permanente crescimento da emigração portuguesa que, com o acentuar da crise que
Portugal atravessa será ainda maior no futuro, exige das estruturas pastorais
da Igreja um maior empenho e um maior esforço material para apoiar aqueles que
nos procuram em busca de ajuda”, salienta a OCPM.
A
Semana Nacional de Migrações tem este ano como tema ‘Peregrinação de Fé e de
Esperança’, baseado na mensagem da Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado
2013, escrita pelo agora Papa emérito Bento XVI.
O
documento sublinha a necessidade de reafirmar, no meio da atual conjuntura
económica, social e política, o direito a “não emigrar”, ou seja, que as
pessoas tenham condições para permanecerem na “própria terra”.
Além
de apontar fenómenos que estão por detrás dos fluxos migratórios, como a “precariedade
económica, a carência dos bens essenciais, as calamidades naturais, guerras e
desordens sociais”, Joseph Ratzinger destacou a questão da imigração ilegal, que
pode levar ao tráfico e exploração de pessoas, com maior risco para as mulheres
e crianças.
Para
o dia 12 de agosto, a partir das 16h00, está marcada uma conferência de
imprensa de apresentação da peregrinação a Fátima, na Casa de Nossa Senhora do
Carmo, organizada pela Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade
Humana, em conjunto com o Santuário de Fátima.
D.
Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e presidente da referida comissão, realça que
o tema das Migrações “ressurgiu com interpelações novas” que não podem passar
ao lado da Igreja Católica.
“Não
é fácil encarar a mobilidade, tantas vezes forçada, como uma peregrinação, ou
seja, saída com sentido não meramente material mas com intuitos duma
integralidade humana. Se a esperança está presente em todas as iniciativas, a
fé pode dar sentido e significado a tantas ausências ou sofrimentos”, considera.
Os
ofertórios eucarísticos, durante a Semana Nacional de Migrações, revertem a
favor do trabalho da Obra Católica Portuguesa das Migrações.
A
organização integrada na Conferência Episcopal Portuguesa apela à solidariedade
e a generosidade dos cristãos, pois só assim poderá continuar a desempenhar a
sua missão pastoral junto das comunidades migrantes”.
JCP
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