segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Polícia espanhola desmantela rede internacional de imigração ilegal

A polícia espanhola anunciou neste sábado a prisão na Espanha e na França de 75 membros de uma rede internacional que introduzia ilegalmente imigrantes chineses na Europa e nos Estados Unidos com passaportes falsos.
"Há um total de 75 pessoas detidas, 51 na Espanha e 24 na França, entre elas os líderes máximos na Europa da organização, localizados em Barcelona", disse em um comunicado a polícia, que realizou uma investigação conjunta com os corpos de segurança franceses.
Os membros desta rede "cobravam entre 40 e 50 mil euros para transportar sob identidades falsas cidadãos chineses aos Estados Unidos e a países como Espanha, França, Grécia, Itália, Reino Unido, Irlanda e Turquia".
A polícia espanhola, que indicou que esta rede também servia em determinadas ocasiões para a exploração sexual de imigrantes, anunciou ter apreendido 81 passaportes falsos de países asiáticos como Taiwan, Coreia do Sul, Malásia, Japão, Hong Kong e Cingapura.
A investigação sobre esta complexa organização, segundo a polícia, começou em julho de 2011.
"A própria composição da organização, perfeitamente estruturada, hierarquizada, com seu máximo responsável assentado na China e células independentes estabelecidas e operando em diferentes países com o máximo hermetismo dificultou as investigações", destacou no comunicado.
A rede buscava na China candidatos para sair do país e, em troca de 40 ou 50 mil euros, fornecia a eles passaportes falsos e mobilizava "atravessadores" que acompanhavam os imigrantes ao longo da viagem.
Estes "atravessadores", provenientes principalmente de China e Malásia, eram membros de plena confiança da organização e conheciam perfeitamente os aeroportos e cidades europeias percorridos durante a transferência dos imigrantes, explicou a polícia.
Quando a missão era cumprida, retornavam imediatamente aos seus respectivos países "com o objetivo de dificultar sua localização".
A "última escala" desta grande viagem era a Espanha, que "era o trampolim em direção ao destino final, normalmente Reino Unido ou Estados Unidos". Durante a chegada ao aeroporto de Barcelona, "colaboradores da organização se encarregavam de recebê-los e de fornecer alojamentos seguros".
O trajeto escolhido para chegar da China e os documentos utilizados para viajar "mudavam constantemente em função dos sucessos ou fracassos obtidos em viagens anteriores, das necessidades do mercado ou das formas para evitar a detecção dos 'passageiros'".
Os imigrantes recebiam instruções precisas para passar despercebidos durante os controles fronteiriços, entre elas a de se misturar a um grupo de turistas.
Além dos líderes europeus da rede, presos em Barcelona, a polícia deteve 49 pessoas em diferentes aeroportos espanhóis, entre eles Barcelona, Madri, Málaga e Palma de Maiorca, assim como 24 pessoas na França.
Os 81 passaportes falsos apreendidos foram encontrados em duas casas de Barcelona pertencentes à rede. Nestas residências, a polícia também apreendeu material utilizado para fabricar os documentos: computadores portáteis, escâneres, selos falsos de diferentes postos fronteiriços e inclusive uma lupa eletrônica.
As imagens fornecidas pela polícia também mostram uma arma de fogo, telefones celulares e notas de euros e iuanes apreendidos durante a operação.
Por sua vez, cerca de 90 imigrantes ilegais que tentavam alcançar a costa sul da Espanha a bordo de dez embarcações foram interceptados neste sábado pelos serviços de socorro marítimo da Espanha e do Marrocos.
AFPA

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