sábado, 24 de agosto de 2013

Chega a 1 milhão número de crianças refugiadas pela crise Síria

Um milhão de crianças sírias já foram registradas como refugiadas, forçadas a deixar seu país pela guerra que já entra em seu terceiro ano. O número foi divulgado hoje pelas Nações Unidas.
“O que está em jogo é a sobrevivência de uma geração de inocentes”, disse o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres. “A juventude síria está perdendo sua casa, os membros de sua família e seu futuro. Mesmo que cruzem a fronteira e encontrem segurança em outro país, estes jovens estão traumatizados, deprimidos e precisando de esperança”, afirmou Guterres.
As crianças são mais da metade dos refugiados do conflito sírio, de acordo com o ACNUR e o UNICEF. Muitas estão no Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito. Mais e mais sírios têm agora buscado os países do norte da África e a Europa. As últimas estatísticas mostram que cerca de 740 mil crianças refugiadas sírias têm menos de 11 anos de idade. 
“Um milhão não é apenas mais um número”, afirmou o Diretor Executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Anthony Lake. “Significa que crianças de verdade foram tiradas de casa, talvez até mesmo tiradas de sua família, encarando situações de horror que mal podemos imaginar.”
“Todos nós devemos dividir esta vergonha”, afirmou Lake, “porque enquanto trabalhamos para aliviar o sofrimento das pessoas afetadas pela crise, a comunidade global falhou na sua responsabilidade com estas crianças. Devemos parar e nos perguntar como, em plena consciência, continuaremos falhando em proteger as crianças Sírias.”
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), cerca de 7 mil crianças já foram mortas desde o início do conflito sírio. O ACNUR e o UNICEF estimam que mais de 2 milhões de crianças estão deslocadas internamente na Síria.
A violência física, medo, estresse e o trauma vivido por tantas crianças são apenas uma parte da crise humanitária. As duas agências destacam ainda que as crianças refugiadas estão sujeitas às ameaças do trabalho infantil, casamento precoce e o potencial risco de exploração sexual e tráfico. Mais de 3.500 crianças na Jordânia, Líbano e Iraque deixaram a Síria desacompanhadas ou separadas de seus familiares.
A maior operação humanitária da história já vista pelo ACNUR e UNICEF têm mobilizado apoio às milhões de famílias e crianças afetadas pela crise.
Por exemplo, mais de 1.3 milhão de crianças em campos de refugiados e comunidades de acolhida foram vacinadas contra sarampo este ano com o apoio do UNICEF e seus parceiros. Quase 167 mil crianças refugiadas estão recebendo assistência psicológica e mais de 118 mil continuam seus estudos tanto em escolas formais quanto montadas especificamente para atendê-las.
O ACNUR registrou como refugiadas 1 milhão de crianças sírias, que receberam documentos de identificação. A agência também ajuda a providenciar certidões de nascimento para os bebês nascidos no refúgio, prevenindo que se tornem apátridas. O ACNUR assegura ainda que toda família refugiada e seus filhos vivam em abrigos seguros.
Mas ainda há muito a ser feito. O Plano Regional de Resposta para a Síria recebeu apenas 38% dos US$3 bilhões necessários para atender as necessidades mais urgentes dos refugiados até dezembro deste ano.
São necessários mais de US$5 bilhões para lidar com a crise Síria, as necessidades mais urgentes são educação, atendimentos de saúde e outros serviços específicos tanto para crianças refugiadas quanto para crianças em comunidades de acolhida. Outros recursos são necessários para desenvolver uma forte rede de identificação das crianças sírias em risco, além de providenciar apoio a elas e às comunidades de acolhida.
Mais recursos são só uma parte da resposta necessária para lidar com as necessidades destas crianças.
É preciso intensificar os esforços para se chegar a uma solução política para a Síria, as partes em conflito devem parar de atingir os civis e cessar o recrutamento de crianças. Crianças e suas famílias devem ter acesso às fronteiras para sair do país em segurança e as fronteiras devem permanecer abertas.
O ACNUR e UNICEF declararam ainda que os países que não cumprirem com estas obrigações previstas na legislação humanitária internacional devem ser responsabilizados.
Por: ACNUR


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