segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Imigrantes provenientes da Grécia preocupam autoridades de países da UE

Macedônia e Albânia estão preocupadas com a onda dos imigrantes ilegais africanos e asiáticos que, provenientes de uma Grécia em crise, fogem para estes dois países desenvolvidos da União Europeia (UE).
Embora a imigração ilegal nestes países já existisse antes, o fenômeno se agravou nos últimos três anos devido à crise grega e ao tratamento hostil e racista que o estado vizinho reserva para os imigrantes afegãos, iranianos e paquistaneses no país, membro da UE e da Otan, segundo fontes do Ministério do Interior macedônio.
"Há um aumento dos imigrantes que entram ilegalmente na Macedônia através da fronteira do sul com a Grécia. A UE nos enche de imigrantes ilegais africanos e asiáticos", se queixou Ivo Kotevski, vice-ministro do Interior.
"O fenômeno é preocupante e é conhecido pelas as autoridades do bloco", acrescentou.
As rotas do trânsito ilegal de pessoas são idênticas às usadas para o contrabando de heroína proveniente do Afeganistão com destino aos países ricos da UE.
Uma passa por Irã, Turquia, Grécia, Macedônia, Sérvia, Hungria; outra entra na Bulgária e na Romênia desde a Turquia e a terceira atravessa Grécia, Albânia, Montenegro, Croácia e Itália.
O trânsito ilegal de imigrantes desencadeou a criação de verdadeiras "agências turísticas" nos países de origem que oferecem "excursões europeias" aos afegãos, paquistaneses, sírios e iranianos.
Essas pessoas não precisam de vistos e nem de passaportes, apenas colocar no bolso uma soma que varia entre US$ 7 mil e US$ 10 mil para pagar os traficantes que os distribuem entre pessoas de confiança nas passagens fronteiriças desses países.
A maioria deles são rapazes, mas também há mulheres e crianças que cruzam os postos de fronteira com documentos falsos com a permissão de policiais corruptos.
Outros, os mais fortes, vão escondidos em veículos de transporte e uma terceira categoria arrisca a vida ao atravessar a pé as trilhas nos montes e florestas que dividem as fronteiras.
O povoado macedônio de Lojane, de seis mil habitantes e situado a um quilômetro da fronteira com a Sérvia, se transformou em um ponto importante de reunião desses imigrantes ilegais.
Na semana passada, um imigrante afegão foi assassinado por pessoas desconhecidas em Tabanovce, enquanto tentava entrar ilegalmente na Sérvia.
A polícia macedônia suspeita que o motivo do assassinato tenha sido um acerto de contas entre os grupos rivais de traficantes.
"Esta onda de imigrantes provenientes da Grécia ameaça nos afundar", advertiu recentemente a ministra do Interior macedônia, Gordana Jankulovska, em entrevista coletiva.
Também na Albânia o fenômeno preocupa a polícia, que nesta semana deteve 12 paquistaneses e dois afegãos escondidos em um caminhão que transitava pela costa próxima da cidade de Vlora e deteve também o motorista albanês.
Esses imigrantes que fogem de seus países afundados em conflitos armados para buscar uma vida melhor nos países desenvolvidos europeus às vezes se transformam em vítimas dos saqueadores.
Assim, um afegão ficou ferido em abril deste ano quando um grupo armado albanês assaltou quatro afegãos para roubar o dinheiro que levavam próximo da passagem fronteiriça de Kakavije que, como a de Kapshtice, são as portas principais de entrada dos imigrantes ilegais que saem da Grécia.
Mas estas pessoas que fogem de seus países de origem são vítimas também da polícia grega, que os transporta em seus veículos até a fronteira albanesa e depois os solta e dispara para o ar a fim de empurrá-los rumo à Albânia, segundo denunciou a imprensa em Tirana.
Isso ocorre por causa da aguda crise econômica que castigou a Grécia, cujo Governo deve garantir a esses vários imigrantes ilegais alojamento, comida e repatriá-los com o pouco dinheiro público.
Apesar de o fenômeno preocupar Macedônia e Albânia, as autoridades desses países balcânicos não oferecem dados sobre o número de imigrantes ilegais árabes que utilizam seus territórios para chegar aos países desenvolvidos europeus.

 Terra

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