Fruto
de um trabalho de 18 meses, o livro “Haiti por si: a reconquista da
independência roubada” materializa um ideal da Agência de Informação Frei Tito
para América Latina (www.adital.com.br) de mostrar ao mundo e,
principalmente, aos haitianos, um Haiti feito pelos próprios habitantes do país
mais pobre das Américas. Prefaciado pelo Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel e
com contribuição de Frei Betto, o livro-reportagem é o resultado de um extenso
processo de pesquisas e entrevistas, que juntou jornalistas e colaboradores
brasileiros, haitianos e de outras nacionalidades na tarefa de resgatar o sonho
de soberania que ainda existe no país e em seu povo, mesmo depois de séculos de
exploração e submissão aos interesses das potências capitalistas.
Como afirma a editora e organizadora do
livro, a jornalista brasileira Adriana Santiago, “Haiti por si” é ao mesmo
tempo um ideal e um atrevimento: “escrever uma reportagem que mostrasse uma
perspectiva para uma nação que não é a sua”. Esse foi o desafio que a Adital,
agência de notícias que há mais de 10 anos dá espaço às manifestações dos
movimentos sociais de toda a América Latina via Internet, colocou para a equipe
de profissionais que se comprometeu com a tarefa. No final, todo o esforço
rendeu 190 páginas, em que o intuito, por meio de um visual moderno e colorido,
é mostrar que o Haiti é muito mais do que o cenário de catástrofe que a grande
mídia mostra todos os dias.
A Adital, nas pessoas do seu diretor
executivo, Ermanno Allegri, e da jornalista Adriana Santiago, fizeram visitas
ao Haiti onde puderam colher in loco material por meio de entrevistas e
fotografias. Fundamental foi contar com a contribuição de jornalistas haitianos
que, mais do que ninguém, podem falar o que se passa em sua terra.
“Haiti por si” está dividido em seis
capítulos: História, Reconstrução, Economia Solidária, Soberania Alimentar,
Cultura e Democracia Participativa. Essas seis linhas de investigação partiram
de propostas dadas pelos próprios movimentos sociais haitianos e são eixos que
já norteiam as ações de muitos deles. No capítulo sobre história, Woody Edson
Louidor, chama a atenção para as raízes ancestrais da aparente subserviência,
do excesso de exploração e a origem da força do haitiano. Phares Jerôme traz no
capítulo da reconstrução, os processos de refundação e tenta explicar como é
importante ir muito além de elevar paredes de concreto.
Ao falar no capítulo de economia solidária,
Jerôme mostra ainda que é necessária uma integração econômica voltada para a
emancipação do país em relação às ajudas internacionais, com saídas locais e
reforma da cidadania. No capítulo sobre soberania alimentar Jerôme mostra que a
agricultura familiar é a saída para a subsistência do país e a retomada das
exportações. Nélio Joseph trabalha com a cultura e defende que esta é a grande
vitrine que vai elevar o Haiti em sua soberania e autoestima, pois seja na
música, na pintura, no artesanato, na literatura, a cultura é o único ambiente
onde o Haiti é competitivo no plano internacional.
Por fim, no capítulo sobre democracia
participativa foram colocadas por Adriana Santiago, Benedito Teixeira e Ana
Paola Vasconcelos questões mais políticas, que atravancam o desenvolvimento do
País, destacando algumas alternativas para os impasses.
Como afirma Ermanno Allegri: “No meio de
mil dificuldades, está acontecendo o que Toussaint Louverture (o precursor da
independência haitiana) disse em 1802 ao ser capturado e deportado pelos
franceses: ‘Vocês me derrubaram, mas só cortaram o tronco da liberdade dos
negros. Ela brotará de novo porque suas raízes são muitas e profundas’”.
SERVIÇO
Preço: R$ 45,00
Vendas através do site www.adital.com.br/haitiporsi
LIVRARIAS SARAIVA (em
todo o Brasil)
LIVRARIAS CULTURA (em
todo o Brasil)
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