A migração juvenil é um poderoso agente de mudança e desenvolvimento no
mundo, mas também evidência o reflexo da falta de oportunidades que muitos
jovens sofrem em seus países, afirmaram neste sábado diferentes agências da ONU
por causa do Dia Internacional da Juventude, celebrado na próxima
segunda-feira.
"Em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado, no qual
cada vez mais pessoas decidem sair de seu país, os jovens (entre 15 e 24 anos)
se transformaram em poderosos agentes de mudança e de desenvolvimento",
afirmou o diretor-geral da Organização Internacional de Migrações (OIM),
Willian Swing.
No entanto, "a outra cara da moeda é a falta de oportunidades e o
desafio que representa a mera sobrevivência em seus lares", comentou o
diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder.
O Dia Internacional da Juventude é celebrado a cada dia 12 de agosto e,
neste ano, o lema é "Migração juvenil, impulsionando o
desenvolvimento".
"Os jovens emigrantes, sós ou acompanhados por suas famílias,
deixam suas casas por diferentes motivos, como buscar trabalho ou fugir da
perseguição. A migração continua sendo uma das maiores estratégias de redução
da pobreza e traz tanto risco como oportunidade aos jovens", enfatizou
Swing.
Ryder apontou que a migração é somente uma solução parcial à crise de
emprego juvenil, mas que, por outro lado, é necessário que os governos iniciem
políticas que facilitem a transição deste coletivo ao mercado ou às iniciativas
empresariais.
Segundo o diretor-geral da OIT, as políticas trabalhistas deveriam
garantir que a migração de um trabalhador jovem fosse vista como uma
oportunidade de desenvolvimento econômico e social tanto do país de origem como
no de destino.
Swing, por sua vez, explicou que conforme aumenta o fluxo migratório
entre os jovens - tanto os que chegam de forma regular como irregular -
políticas devem ser implementadas para que estes se desloquem de forma legal e
segura.
Estas condições são fundamentais para reduzir o risco que os jovens
caiam em situações de abuso, exploração ou tragédias.
Outro problema citado pela OIT é que muitos jovens imigrantes acabam
recebendo um trabalho e salário abaixo de sua qualificação, e os países de
origem podem não aproveitar sua produtividade ao permitir essa relação.
Em nível mundial, há um 214 milhões de imigrantes no mundo, dos quais 27
milhões são jovens, ou seja, mais de 10%.
Os movimentos migratórios, tanto daquelas pessoas que fogem de seu país
por motivos econômicos ou em busca de refugio, ocorrem com maior frequência
entre países em vias de desenvolvimento.
A migração de países pobres a países desenvolvidos só representa um
terço do total.
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