sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Imigração ilegal, grande negócio para prisões privadas nos EUA


 Estados Unidos estão prendendo mais imigrantes irregulares do que nunca e isto tem gerado um negócio lucrativo para as maiores empresas privadas de prisões. A Associated Press descobriu que estas companhias gastaram milhões de dólares em lobby para influir os legisladores e fizeram contribuições generosas para suas campanhas eleitorais.

O custo para o erário chegará este ano a dois bilhões de dólares e nos próximos anos as empresas calculam que receberão ainda muito mais dinheiro graças aos planos do governo para abrigar os 400.000 imigrantes ilegais detidos anualmente.

Após uma década de expansão, o sistema privado que recupera centros de detenção vai de um subúrbio de Denver até a zona industrial próxima ao aeroporto de Newark. O sistema é em sua maioria controlado somente por três empresas.

O crescimento não diminuiu seu ritmo, apesar da redução de imigrantes sem papéis nos últimos anos.

Em 2011, quase a metade dos leitos no sistema de detenções civis estava em centros privados com escassa supervisão federal, em comparação aos 10% de uma década atrás.

As empresas receberam ainda fundos de afiliadas que fornecem cuidados médicos e transporte. Elas têm sob custódia mais imigrantes ilegais considerados culpados de delitos federais em seus sistemas de reclusão privados.

A bonança financeira, que tirou da bancarrota várias destas empresas, ocorreu apesar de os funcionários federais reconhecerem que a privatização não é necessariamente mais barata.

A mudança generalizada para o sistema de prisões privadas começou discretamente. Embora o Congresso não tenha conseguido emendar as leis de imigração, suas gestões para aumentar o dinheiro pago pelo erário aos centros privados de detenção atraiu muito menos atenção.

Os gigantes do setor - Corrections Corporation of America, The GEO Group e Management and Training Corp.- gastaram pelo menos 45 milhões de dólares em doações eletorais e lobby na última década, revelou a AP.

A CCA e o GEO, que administram a maioría das prisões privadas, insistiram que não influenciam os parlamentares para ganhar mais.

"A CCA não faz lobby em temas que estabelecem as bases para a detenção ou encarceramento individual", disse Steve Owen, porta-voz da CCA em um e-mail enviado à AP.

As empresas privadas sustentam que podem economizar dinheiro para o erário nos centros que administram.

Pablo Páez, porta-voz da GEO, empresa de Boca Raton, na Flórida, disse em um e-mail que sua empresa dá suporte às alianças entre o setor público e o privado "que demonstrou economizar valores substanciais aos contribuintes".

O ICE revogou recentemente seus planos para construir uma prisão de 1.500 leitos em Southwest Ranches, subúrbio de Pembroke Pines, diante dos protestos dos residentes.

Mas, continua decidido a ampliar o número de leitos privados, com planos para construir novos centros em Newark, Nova Jersey, em um subúrbio de Chicago e nas redondezas do deserto de Mojave da Califórnia.


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