Terminou a 40ª Semana Nacional de Migrações. Uma semana
de reflexão que teve como objetivo «um sinal de esperança» para aqueles que
foram forçados a deixar o país devido à crise económica e ao desemprego
A Igreja
católica celebrou no domingo 19 de
agosto o dia nacional dos migrantes e da solidariedade com a pastoral da
mobilidade. Por isso propõe “a todas as comunidades e paróquias que celebrem a
eucaristia pelos migrantes, envolvendo de forma ativa quer os emigrantes que se
encontram na terra natal em visita de saudade e de descanso, quer os imigrantes
residentes nas comunidades locais”. Através da Comissão Episcopal da Pastoral
Social e Mobilidade Humana, assim como da Obra Católica Portuguesa das
Migrações (OCPM), a Igreja portuguesa está atenta a esta temática ao “Celebrar
a Memória para Projetar a Nova Evangelização do Futuro”.
O diretor da OCPM, Francisco Sales Diniz, refere no semanário Agência ECCLESIA que nos últimos anos aumentou “o número dos que deixam o país, levando consigo todo o agregado familiar, muitas vezes partindo na incerteza de encontrar o acolhimento e os meios que permitam a realização de uma vida digna”. Para o diretor da OCPM, trata-se de um “momento especial de celebração e de reflexão” sobre a presença da Igreja junto dos migrantes, “ação que, por fidelidade à missão confiada por Cristo e face à atual dimensão dos fluxos migratórios, necessita de um empenho renovado”. O sacerdote franciscano afirma que os valores cristãos propostos aos migrantes são “caminho para a construção de uma vida digna, impregnada de esperança e de alegria de viver”.
O diretor da OCPM, Francisco Sales Diniz, refere no semanário Agência ECCLESIA que nos últimos anos aumentou “o número dos que deixam o país, levando consigo todo o agregado familiar, muitas vezes partindo na incerteza de encontrar o acolhimento e os meios que permitam a realização de uma vida digna”. Para o diretor da OCPM, trata-se de um “momento especial de celebração e de reflexão” sobre a presença da Igreja junto dos migrantes, “ação que, por fidelidade à missão confiada por Cristo e face à atual dimensão dos fluxos migratórios, necessita de um empenho renovado”. O sacerdote franciscano afirma que os valores cristãos propostos aos migrantes são “caminho para a construção de uma vida digna, impregnada de esperança e de alegria de viver”.
Analisando com algum
cuidado o tipo de emigrantes que procuram acolhimento noutros países,
constatamos que na sua maioria são jovens e formados, portanto detentores de
conhecimentos de nível académico que não encontram colocação no país. Mas
também há outros de vários graus etários, com menos formação académica, mas
mais experientes profissionalmente que saem, especialmente para a Europa,
países africanos de língua portuguesa ou Brasil. Ou seja, os emigrantes que
atualmente abandonam o país são qualificados e vão fazer falta para o arranque
da economia da pátria lusa nas próximas décadas. Não tenhamos dúvidas que a
maior parte daqueles que conseguirem sucesso nos países para os quais emigraram
não voltarão ao rincão onde nasceram. Aconteceu o mesmo com as gerações
anteriores, principalmente os que obtiveram trabalho em França, por exemplo.
Estes novos emigrantes
sentem-se abandonados pelos governantes do seu país e não será fácil calar a
sua revolta, independentemente de seguirem a via da fé ou não. O pároco da
comunidade portuguesa de Versalhes, Geraldo Finatto, que está em França há 27
anos, afirma que os emigrantes que chegam a França já não procuram a Igreja
para se instalarem ou integrarem. A esta apenas lhe resta “ir ao seu encontro”.
E explica: “Já não sentem a fé indispensável o que faz com que haja a
preocupação de arranjar uma forma de chegar até eles e os integrar”,
acrescentou o sacerdote. É esta a preocupação daqueles que trabalham com os
emigrantes, sejam sacerdotes ou leigos, mas cuja tarefa é cada vez mais
difícil.
Seria bom que os
nossos governantes refletissem sobre este problema que constitui a emigração e
não se limitassem a aconselhar os portugueses a emigrar, pois poderão ter a
desdita que sejamos nós a pedir-lhes para que eles próprios o façam, ou seja,
para procurarem o seu sustento lá fora, trabalhando claro. A gestão de um país
tem que ser feita por pessoas sérias e competentes e não por políticos que se
limitem a usufruir do lugar que ocupam, apesar de eleitos pelo povo. Há
necessidade absoluta de procurar soluções através dos meios de que dispomos,
incentivando a economia, o que permitirá diminuir o cancro social que é o
desemprego. Haja coragem de o fazer para que possamos seguir em frente.
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