Com
intenção de reduzir o fluxo de imigrante que chega à costa australiana de forma
ilegal e precária, o governo da Austrália decidiu aumentar para 20 mil a sua
cota anual de admissão de refugiados, anunciou nesta quinta-feira a primeira-ministra,
Julia Gillard.
Com esta medida,
proposta ao Executivo na última semana por um comitê de analistas, o país
passará a receber 6, 25 mil refugiados a mais do que recebia até agora. Apesar
de já ter sido aprovada, essa medida deverá entrar em vigor somente no início
do próximo ano.
Desta forma, o governo
pretende fazer com que as pessoas que se arriscam para chegar à Austrália
passem a usar uma via legal, ou seja, sem recorrer às viagens clandestinas
pelas costas do país e às redes dedicadas ao tráfico de seres humanos.
"A mensagem número
um é se você conseguir um navio corre o risco de ser transferido aos centros de
Nauru e Papua Nova Guiné. Mas, a mensagem número dois é para aqueles que
permaneceram. Ou seja, haverá mais vagas disponíveis na Austrália", disse
a chefe do Executivo em entrevista coletiva.
O aumento da cota de
aceitação de refugiados foi anunciado após a aprovação de uma nova lei, a qual
estabelece a abertura de centros de triagem em Papua Nova Guiné e Nauru para
examinar os pedidos de asilo por parte dos imigrantes ilegais.
Em 2008, o Governo do
primeiro-ministro Kevin Rudd, do Partido Trabalhista - agora liderado por Julia
Gillard -, fechou o centro de Nauru, criado sete anos antes pela chamada
"Solução do Pacífico", impulsionada pelo Executivo conservador de
John Howard.
A abertura dos dois
centros foi uma das 22 recomendações incluídas no relatório do grupo de
analistas, criado por Julia por causa do aumento do número de embarcações que
tentam chegar à costa australiana com imigrantes ilegais a bordo.
Segundo dados do
Governo, desde o fechamento do centro de Nauru, em 2008, 21.957 pessoas (389
embarcações) chegaram à Austrália em busca de asilo, sendo que 7.629 pessoas
(118 embarcações) chegaram ainda neste ano.
O relatório do comitê também
recomendou uma espécie de cooperação com a Indonésia em tarefas de vigilância e
resgate, além de aumentar o número de admissões por razões humanitárias, de
13,75 mil a 20 mil anuais, com a possibilidade de subir até 27 mil em cinco
anos.
Além disso, a medida
também cita uma recuperação dos acordos com a Malásia. Neste, o governo
australiano trocaria 800 imigrantes em busca de asilo por cerca de 4 mil
refugiados que se encontram em centros malaios.
Entre outubro de 2001 e
junho de 2012, 964 pessoas morreram ou foram dadas como desaparecidas em
alto-mar, segundo os dados do governo australiano. EFE
Nenhum comentário:
Postar um comentário