quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Migração do campo para a cidade perde força na AL


Diante da perda de peso do êxodo do campo para a cidade na maioria dos países da América Latina, surgiram novos "fluxos migratórios" na região, mais "complexos" e que envolvem também a mudança de cidadãos da região para outros países, segundo o relatório "Estado das Cidades da América Latina e Caribe-2012", divulgado pelo programa ONU-Habitat nesta terça-feira.

As migrações na região tornaram-se "mais complexas e se produzem fundamentalmente entre cidades, a vezes traspassando as fronteiras internacionais", diz o estudo. Outro fenômeno relevante são os movimentos de população dentro das cidades, entre o centro e sua periferia e as cidades-satélites.

Estima-se que em 2010 mais de 30 milhões de latino-americanos e caribenhos (5,2% da população total) residiam fora de seu país de origem. Os principais destinos dessa emigração são os EUA --onde fixaram residência a maioria dos latino-americanos que deixaram seus países--, seguido por Espanha e Canadá.

O México lidera o êxodo no subcontinente, com 12 milhões de expatriados, o que corresponde a 10,7% da sua população. Depois, em números absolutos, surgem Colômbia, Brasil, El Salvador, Cuba, Equador e Peru.

Segundo o relatório, 60% das famílias mexicanas mais pobres dependiam de remessas de recursos de parentes que vivem no exterior.

O caso de Brasil destoa do resto da região porque, apesar de ser o terceiro maior "emissor" de pessoas em termos absolutos, proporcionalmente apenas 0,4% da população vive no exterior. Os destinos principais de brasileiros são EUA, Japão e Espanha.

Já os imigrantes representam 1,3% da população da América Latina (7,5 milhões de pessoas), com crescimento de 1 milhão de pessoas desde 2000 a 2010. Argentina, Venezuela, México e Brasil são os países que mais possuem, proporcionalmente, imigrantes.

Em grandes áreas metropolitanas, como em São Paulo, Rio de Janeiro, Quito e Cidade da Guatemala, observa-se um padrão migratório denominado de "desconcentração
concentrada". Ou seja, as pessoas saem da metrópole, mas se mudam para áreas próximas, em seu entorno.

Jornal Floripa

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