A Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB),aprovou o tema para a Campanha da Fraternidade de
2014: “Fraternidade e Tráfico Humano”. A mobilização tratará da questão do
tráfico de pessoas, no Brasil, para exploração sexual e trabalho escravo.
O objetivo, segundo frei Xavier Plassat
e Francisco Alan Santo Lima, da Comissão Pastoral da Terra (CPT),
da Campanha “De Olho aberto para não virar escravo” , é “acordar comunidades e autoridades
do nosso país para uma vigilância redobrada e dinamizar o esforço coletivo para
erradicar a chaga do tráfico humano em nosso meio”. Levantamento da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado no início de junho deste
ano, estima que pelo menos 20,9 milhões de pessoas em todo o planeta, são
vítimas de trabalho forçado. Desse total, estima-se, 78% iriam para atividades
análogas à escravidão, enquanto que 22% para o tráfico envolvendo exploração
sexual; 76% seriam adultos e 26%, crianças; e 55% seriam de mulheres contra 45%
de homens.
Demanda por escravos
Desde2003, a
CPT identificou, no Brasil, cerca de 250 casos por ano de trabalhadores em
condição análoga à de escravo. Desde 1995, equipes de fiscalização do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já resgataram mais de 42 mil
trabalhadores nessa situação, principalmente no campo.
Desde
De acordo com a Organização Internacional para
Migrações (OIM), o tráfico de pessoas e o contrabando de migrantes crescem em
função da maior demanda e da tendência, na América Latina, de importar trabalho
barato, em condições precárias. Uma parte considerável dos empregados em
condição degradante no Brasil é de bolivianos e peruanos que trabalham em
oficinas de costura ilegais.
“Erradicar a chaga do tráfico humano exige
muito mais que libertar suas vítimas imediatas; implica em arrancar suas raízes
e eliminar os mecanismos que tornam possível sua reprodução: vulnerabilidade da
extrema pobreza, ganância de agentes econômicos sem escrúpulo, permanência das
desigualdades de gênero, impunidade selada em estruturas mortífera”, afirmam
Xavier e Francisco.
Reporter Brasil
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