Depois de mais uma tragédia no mar ao longo da costa
italiana, o Serviço Jesuíta para Refugiados (SJR) pede à União Europeia medidas
urgentes para evitar outras desgraças. Concretamente, os jesuítas pedem
serviços de procura e de socorro melhores e mais bem coordenados para localizar
os barcos de imigrantes que atravessam o Mediterrâneo rumo à Europa. Uma
embarcação saiu de Trípoli (Líbia) em fins de junho, e nos 15 dias de travessia
até a costa italiana, sem água potável suficiente, 54 africanos morreram desidratados.
Somente um sobrevivente chegou à Itália, nesta terça-feira, e relatou o
ocorrido. “É absolutamente injustificável que um barco com 55 imigrantes
seja abandonado ao seu destino em um dos mares mais traficados e controlados do
mundo” – acusou o responsável pelas políticas européias do SJR, Stefan
Kessler. O Serviço Jesuíta pede a Governos e líderes europeus que coloquem
em ato sistemas de monitoração e salvamento que ofereçam aos migrantes proteção
e segurança na Europa. O sistema europeu de vigilância das fronteiras
(Eurosur), em estudo, é ‘inadequado’ porque centrado no controle fronteiriço em
detrimento dos direitos humanos – como já denunciado pelo SJR ao Parlamento
Europeu em Estrasburgo. “Esta proposta – explica Kessler – não dá alguma atenção
à procura e salvamento e não prevê nenhuma medida para reduzir o risco de
mortes no mar”. Segundo o responsável do Serviço, é também importante que o
projeto Eurosur estabeleça claramente as competências de cada Governo europeu
na localização e socorro aos migrantes. Enfim, pede-se à Europa que acolha
mais refugiados, para não colocá-los na condição de empreender perigosas
viagens da esperança rumo às costas europeias.
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