A Áustria vai ter que apostar na imigração para compensar uma
falta de mão-de-obra previsível nos próximos anos, declarou nesta terça-feira o
ministro austríaco encarregado das questões sociais, Rudolf Hundstorfer.
"Nos próximos oito anos, teremos 170 mil trabalhadores a menos. E não
haverá jovens par substituí-los", explicou o ministro social-democrata.
Para preencher essas lacunas, Rudolf Hundstorfer
preconiza uma melhor qualificação dos jovens que chegam ao mercado de trabalho
e um aumento do índice de atividade das mulheres. Além disso, os austríacos
deverão também trabalhar mais tempo, após os 60 anos, o que necessita uma
"mudança de atitude", tanto por parte dos empregados que dos
empregadores, disse ele.
Mas todas essas medidas não serão suficientes
para enfrentar o desafio demográfico na Áustria nos próximos anos, segundo o
ministro. Ele considera que seu país terá que apelar para a imigração. "Se
desejamos manter nossa performance econômica, teremos que utilizar a imigração,
não temos outras soluções. Podemos nos preparar positivamente e ativamente para
isso", explicou.
A Áustria é o país com menor índice de desemprego
da União Europeia, com 4,1% em maio, segundo o instituto de estatísticas
Eurostat.
Europa
Em uma entrevista publicada nesta terça-feira
pelo jornal francês Le Monde,
a comissária europeia para as questões internas, Cecilia Malmström, faz
declarações similares no que diz respeito a toda a União Europeia. Ela está em
Paris para se encontrar com o ministro francês do Interior, Manuel Valls, que
aprovou no último Conselho Europeu o princípio de restabelecimento do controle
nas fronteiras internas do bloco em caso de circunstâncias
"excepcionais".
"A imigração será necessária, dada a
evolução da demografia nos nossos países. Estima-se que em 2030, sem imigração,
a população europeia em idade de trabalhar terá uma diminuição de 12%",
disse Cecilia Malmström.
"Um relatório da OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômicos) acaba de mostrar que muitas pessoas
suscetíveis de emigrar são menos tentadas pela Europa e mais atraídas pelo
Brasil, o Canadá ou a Austrália, ou até mesmo Angola e Moçambique. A longo
prazo, isso pode nos causar grandes dificuldades. A própria OCDE também mostra
que a pressão migratória sobre a Europa está diminuindo. Mas é claro que isso
pode ser um efeito temporário da crise que atravessamos", acrescentou a
comissária europeia.
Cecilia Malmström defende um aumento da
imigração legal, o que segundo ela ajudaria a lutar contra a imigração
ilegal.
RFI
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