quarta-feira, 11 de julho de 2012

Áustria deve apostar na imigração para resolver problema demográfico, diz ministro


A Áustria vai ter que apostar na imigração para compensar uma falta de mão-de-obra previsível nos próximos anos, declarou nesta terça-feira o ministro austríaco encarregado das questões sociais, Rudolf Hundstorfer. "Nos próximos oito anos, teremos 170 mil trabalhadores a menos. E não haverá jovens par substituí-los", explicou o ministro social-democrata. 
Para preencher essas lacunas, Rudolf Hundstorfer preconiza uma melhor qualificação dos jovens que chegam ao mercado de trabalho e um aumento do índice de atividade das mulheres. Além disso, os austríacos deverão também trabalhar mais tempo, após os 60 anos, o que necessita uma "mudança de atitude", tanto por parte dos empregados que dos empregadores, disse ele.
Mas todas essas medidas não serão suficientes para enfrentar o desafio demográfico na Áustria nos próximos anos, segundo o ministro. Ele considera que seu país terá que apelar para a imigração. "Se desejamos manter nossa performance econômica, teremos que utilizar a imigração, não temos outras soluções. Podemos nos preparar positivamente e ativamente para isso", explicou.
A Áustria é o país com menor índice de desemprego da União Europeia, com 4,1% em maio, segundo o instituto de estatísticas Eurostat.
Europa
Em uma entrevista publicada nesta terça-feira pelo jornal francês Le Monde, a comissária europeia para as questões internas, Cecilia Malmström, faz declarações similares no que diz respeito a toda a União Europeia. Ela está em Paris para se encontrar com o ministro francês do Interior, Manuel Valls, que aprovou no último Conselho Europeu o princípio de restabelecimento do controle nas fronteiras internas do bloco em caso de circunstâncias "excepcionais".
"A imigração será necessária, dada a evolução da demografia nos nossos países. Estima-se que em 2030, sem imigração, a população europeia em idade de trabalhar terá uma diminuição de 12%", disse Cecilia Malmström.
"Um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos) acaba de mostrar que muitas pessoas suscetíveis de emigrar são menos tentadas pela Europa e mais atraídas pelo Brasil, o Canadá ou a Austrália, ou até mesmo Angola e Moçambique. A longo prazo, isso pode nos causar grandes dificuldades. A própria OCDE também mostra que a pressão migratória sobre a Europa está diminuindo. Mas é claro que isso pode ser um efeito temporário da crise que atravessamos", acrescentou a comissária europeia.
Cecilia Malmström defende um aumento da imigração legal, o que segundo ela ajudaria a lutar contra a imigração ilegal. 
 RFI

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