sábado, 7 de julho de 2012

Alemanha: 13 mil milhões da riqueza vem dos imigrantes


A Alemanha beneficiou com a entrada de imigrantes altamente especializados, que contribuíram para a riqueza nacional com 13 mil milhões de euros por ano, de 1999 a 2009, segundo o Instituto da Economia Alemã, (IW) de Essen.

No mesmo relatório, que foi divulgado esta sexta-feira, constata-se, sobretudo nas áreas da técnica, ciências naturais e medicina, que os imigrantes têm contribuído para colmatar a falta de quadros no mercado de trabalho alemão.

Contas feitas, nos últimos 10 anos imigraram para a Alemanha 42 mil médicos e cerca de 185 mil matemáticos, cientistas e técnicos, metade dos quais conseguiram emprego nas suas profissões de origem.

Muitos imigrantes conseguiram também ocupar altos cargos nas respetivas empresas, e o número de cargos de chefia confiados a imigrantes quase duplicou desde 2000, revelou ainda o IW.

Os números agora divulgados confirmam os apelos das associações empresariais aos políticos para facilitar a emigração de quadros especializados, como exemplificou o diretor do IW, Michael Huether.

«Os empregadores precisam, em média, de 146 dias para preencher uma vaga de médico e de 110 dias para encontrar um engenheiro eletrotécnico, enquanto a média para o conjunto das profissões é de 72 dias».

Neste contexto, o diretor do IW saudou a planeada introdução, a partir de agosto, da chamada «carta azul» para abertura do mercado de trabalho a quatros técnicos extracomunitários (os cidadãos da União Europeia são equiparados, neste aspeto, aos alemães) que prevê a redução de 60 mil para 44.800 euros anuais do salário mínimo anual bruto para contratar especialistas estrangeiros.

Em profissões em que a escassez de quadros é maior, nomeadamente na área da medicina, esse limite será ainda menor, de 35 mil euros.

Entre os imigrantes na Alemanha continuam a existir, no entanto, muitas diferenças no que se refere à qualificação: 27% têm um curso superior, mas 41% não concluíram qualquer formação profissional, o dobro da média existente entre os alemães.

Os imigrantes mais qualificados são oriundos da Europa Ocidental e do Sul da Europa, mas entre os que se radicaram na Alemanha menos de um terço são de países da União Europeia ou de países com os quais existe um acordo de livre circulação.

Ao contrário do que chegou a prever-se, o elevado desemprego em países como Espanha, Grécia ou Portugal não gerou uma onda de imigração para a Alemanha porque, embora as entradas de imigrantes destes países quase tenha duplicado em 2011, segundo o Instituto Federal de Estatística, os números absolutos são baixos, em relação ao conjunto da imigração, não atingem sequer a dezena de milhar, e correspondem praticamente ao número de saídas no mesmo ano.

AF

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