quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Cabo Verde é terra de acolhimento
O investigador cabo-verdiano radicado no Canadá, Pedro Marcelino, publicou em Agosto último um livro dedicado à emergência de um novo paradigma migratório em Cabo Verde, subjacente a um contexto socioeconómico em que a emigração de cabo-verdianos convive já com uma imigração de africanos, chineses e europeus, a par do regresso à pátria de muitos cabo-verdianos.
O estudo, resultante de investigações conduzidas entre 2006 e 2009, sob a chancela da Universidade de York (Canadá) e da Universidade de Aberystwyth (País de Gales), avança que as medidas anti-terroristas e de gestão migratória, tanto nos Estados Unidos da América (EUA) como na União Europeia, após os atentados de 11 de Setembro de 2001, terão alterado o mapa migratório da África Ocidental, sem no entanto mudar as aspirações de milhares de pessoas que continuam a querer partir.
Com base em entrevistas a imigrantes e a análise da geopolítica, o investigador aborda a transformação de Cabo Verde de país de emigração em país de trânsito e acolhimento de imigrantes de várias origens, gerando uma nova “etnopaisagem”. Em muitos casos, defende o investigador, projectos migratórios que tinham Cabo Verde como plataforma terminam em virtude da estabilidade política do país.
O estudo aborda ainda os primeiros indícios de uma política migratória em Cabo Verde, considerando os efeitos deste debate público na identidade nacional, e sugerindo que o arquipélago, como tantas outras vezes na sua história, continua a ser um ponto de escala no Atlântico. O investigador sugere que Cabo Verde se integra como num “mapa” que inclui novos destinos como Marrocos, Argentina ou Brasil, e que é alterado constantemente pela instabilidade vivida no continente africano, como é o caso da Líbia.
O estudo, apresentado em Saarbrucken, foi publicado em inglês pela editora académica alemã LAP - Lambert Academic Publishing, estando já disponível internacionalmente através da Internet.
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