Baseados em pesquisa da Universidade de Brasília, representantes do governo federal e da sociedade civil reuniram-se, em Brasília, para discutir ,políticas de saúde direcionadas para mulheres vítimas do tráfico de pessoas. O estudo, feito em fronteiras brasileiras e nos países da Europa, detectou rotas de tráfico de mulheres e analisou as condições de saúde em que elas vivem.
“A gente ouve falar em tráfico de pessoas e pensa só em problemas de polícia e segurança pública, mas, por trás, existe uma série de problemas sociais e de saúde que precisa ser enfrentada”, defendeu o professor e coordenador do estudo, Mário Angelo Silva.
De acordo com ele, observou-se que, frequentemente, essas mulheres têm disfunções hormonais, dado que surpreendeu os pesquisadores. “Para não menstruar e não perder alguns dias de trabalho, muitas tomam pílula anticoncepcional ininterruptamente, o que leva a sérios problemas físicos e psicológicos”, disse. Muitas sofrem também com a dependência química já que a associação entre tráfico de pessoas e tráfico de drogas é muito comum.
Para melhorar a situação das mulheres, o pesquisador acredita que é preciso adotar medidas que garantam acesso ao serviço de saúde no exterior, pois, por migrarem ilegalmente, elas temem procurar hospitais ou postos de saúde nestes países. Além disso, é necessário criar programas e ações de saúde específicos para quando elas voltam ao Brasil.
Durante a abertura do seminário Saúde, Migração e Tráfico de Mulheres: o que o SUS Precisa Saber o coordenador de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, José Luiz Telles, também destacou a necessidade de um serviço de atenção à saúde direcionada a vítimas do tráfico de pessoas. “Os agravos são mais profundos do que as doenças sexualmente transmissíveis que elas possam ter contraído. É fundamental que haja um atendimento psíquico para essas pessoas que sofreram e que voltam em frangalhos”, afirmou
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