As Nações Unidas lançaram um Plano de Ação Global para Combater o Tráfico Humano. Altos funcionários da ONU pedem que os governos em todo o mundo tomem medidas coordenadas e coerentes para tentar acabar com este mal.
O Plano, lançado durante uma reunião da Assembléia Geral na sede da ONU em Nova York, pede que se lute contra o tráfico humano integrando amplos programas da ONU para impulsionar o desenvolvimento e reforçar a segurança ao redor do mundo. Também solicita a criação de um fundo voluntário das Nações Unidas para as vítimas do tráfico, especialmente mulheres e crianças.
O Secretário-Geral Ban Ki-moon afirmou na reunião de ontem que o Plano de Ação deve servir como um “chamado estridente” aos Estados Membros da ONU, organizações internacionais e grupos da sociedade civil para a necessidade de medidas imediatas “para acabar com este terrível crime contra a dignidade humana, que envergonha a todos nós”. A ONU estima que mais de 2,4 milhões de pessoas estejam atualmente sendo exploradas como vítimas do tráfico humano.
De acordo com Ban, isto é a escravidão da era moderna. Anualmente milhares de pessoas, principalmente mulheres e crianças, são exploradas por criminosos que as usam para trabalhos forçados ou comércio sexual. Nenhum país está imune. Quase todos têm uma parcela de participação, seja como fonte de pessoas traficadas, ponto de passagem ou destino. O Secretário-Geral também pediu aos países, filantropos e outros para contribuírem generosamente para o novo fundo fiduciário para as vítimas do tráfico.
O fundo tem por objetivo ajudar os governos, organizações intergovernamentais e não-governamentais (ONGs), fornecer a essas pessoas vulneráveis proteção e suporte para sua recuperação física, psicológica e social. Depois de terem sido exploradas e abusadas, elas não devem ser punidas também.
O Plano de Ação, que se concentra na prevenção do tráfico, repressão de criminosos e proteção das vítimas, também destaca a importância da obtenção de mais pesquisas, dados e análises sobre o problema.
Ban destacou que devemos melhorar nosso conhecimento e entendimento deste crime, se quisermos tomar decisões políticas e fazer intervenções específicas. Ele também afirmou que a única maneira de ter sucesso é fortalecendo as parcerias entre Estados, organizações e programas, tais como a Iniciativa Global das Nações Unidas para o Combate ao Tráfico Humano desde a sua criação no início de 2007.
“Ao florescer este hediondo crime, milhares de homens, mulheres e crianças têm roubados sua segurança, liberdade e dignidade. O tráfico humano devasta famílias e dilacera comunidades. Não podemos deixar que esse período seja lembrado como aquele em que a comunidade global sabia da existência, mas não atuava”, afirmou em seu discurso na reunião de ontem, o presidente da Assembléia Geral, Ali Treki.
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