A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei Dream Act, uma histórica medida que permite regularizar os estudantes imigrantes ilegais.
A votação, que terminou em 216 a 198, ocorreu após uma hora de um agitado debate no qual os democratas celebraram os benefícios da medida, enquanto os republicanos, com raras exceções, a classificaram de uma "anistia" desmerecida para aqueles que entraram ilegalmente nos EUA "É importante que reconheçamos estas crianças que vêm de todas as partes. Não custa dinheiro, que na verdade irá entrar nos cofres do Estado" disse a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi.
O Dream Act autoriza a legalização de estudantes imigrantes ilegais que tenham chegado aos EUA antes dos 16 anos, tenham ao menos cinco anos de estadia no país, cumpram dois anos de universidade ou se inscrevam nas Forças Armadas, entre outros requisitos.
O debate sobre a medida refletiu as insolúveis diferenças ideológicas dos dois partidos em relação ao sistema migratório dos EUA, que contam com mais de 11 milhões de estrangeiros clandestinos.
A medida agora passará à análise do Senado.
O presidente americano, Barack Obama, e como toda uma legião de estudantes, grupos pró-imigrantes, empresariais, sindicalistas e religiosos, pressionaram a favor da aprovação da lei.
A secretária do Trabalho, Hilda Solís, assegurou que "não há melhor investimento" que o Dream Act, porque ajudará a reduzir o déficit mediante a arrecadação de impostos e aumentará as fileiras de futuros profissionais e membros das Forças Armadas.
A corrente republicana, por sua vez, considera que a medida poderá incentivar a imigração ilegal.
Cerca de 65 mil estudantes ilegais se graduam no ensino médio a cada ano nos EUA, mas veem suas carreiras truncadas por falta de "papéis".
Do universo de pouco mais de 2,1 milhões de estudantes imigrantes ilegais, o Instituto para Política Migratória calcula que, devido aos requisitos, só 825 mil deles alcançarão a residência permanente.
Segundo cálculos oficiais, o Dream Act irá gerar US$ 2,3 bilhões aos cofres do Estado na próxima década, e reduzirá o déficit em US$ 1,4 bilhão.
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