No sábado (18), centenas de ativistas a favor do projeto de lei reuniram-se em Washington – DC para presenciar e apoiar a votação
Quando o Senado terminou a votação no sábado (18), as lágrimas no rosto de Renata Teodoro a impediram de ficar no corredor do Senado dos EUA, onde a política restringe demonstrações óbvias de emoção.
“Foi extremamente intenso”, disse Teodoro sobre a votação de 55 contra 41 que derrubou o Dream Act. O projeto de lei permitiria que imigrantes como Teodoro, que chegou aos Estados Unidos trazida por seus pais brasileiros quando tinha 6 anos de idade, conquistasse a cidadania norte-americana segundo regras que ativistas consideram rigorosas.
“Toda a sua vida está sendo votada”, disse ela ao portal eletrônico: Boston.com.
Teodoro disse que ela era uma das duas centenas de ativistas em Washington – DC que assistiram pessoalmente a votação, a maioria deles vivendo no limbo: incapazes de adquirir a cidadania norte-americana porque chegaram ilegalmente ao país quando ainda crianças, portanto, tão americanizados que não vêem futuro ou sequer recordam de sua terra natal.
“Quando a votação terminou, muitos de nós choramos”, disse Teodoro via telefone de Washington – DC, onde ela chegou desde sexta-feira, tentando pressionar os legisladores. “Foi extremamente difícil não expressar qualquer tipo de reação”.
O projeto de lei poderia ter permitido a regularização do status de imigrantes que foram trazidos aos EUA antes dos 16 anos de idade, tenham vivido no país há 5 anos, graduaram-se na escola secundária ou equivalente e que tenham se alistado nas Forças Armadas ou universidade.
Apesar da perda, Teodoro e outros ativistas de Massachusetts que apoiavam o Dream Act no sábado disseram estar mais determinados que nunca em ver a proposta tornar-se lei, uma visão compartilhada pelo Presidente Obama, que prometeu através de um comunicado, lido após a votação, pressionar para a sua aprovação durante os 2 últimos anos de seu governo.
“É frustrante que a lógica não tenha prevalecido”, disse o Presidente através de um comunicado publicado na página eletrônica da Casa Branca. “Entretanto, a minha administração não desistirá do Dream Act ou da importante questão que é consertar o nosso sistema migratório quebrado”.
Mas oponentes do Dream Act e de uma reforma migratória ampla também prometeram lutar contra esses projetos no futuro.
“Apesar das histórias individuais que possam ser comoventes, é melhor para a nação não termos o que consideramos uma anistia pela porta dos fundos”, disse Joseph Ureneck, do grupo Massachusetts Citizens for Immigration Reform. “Eu acho que isso encorajaria milhões de pessoas a virem ilegalmente para os Estados Unidos”.
Ureneck argumentou que o Dream Act, se aprovado, beneficiaria pais que tinham consciência de o que estavam fazendo era ilegal e mesmo assim burlaram as leis de imigração e trouxeram com eles seus filhos.
“É uma situação triste”, disse Ureneck acrescentando que “os pais deveriam cuidar dessas crianças”.
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