Imigrantes pagam com a vida o desejo de chegarem a terras norte-americanas. Sequestros nas fronteiras mexicanas rendem milhões para o crime organizado
A criminalidade organizada, em cumplicidade com as autoridades da imigração e da segurança no México, semearam um clima de perseguição, dor e morte nos migrantes da América Central», denuncia Pedro Pantoja Arreola. O sacerdote é responsável por uma casa localizada a 400 quilómetros da fronteira. A «Belen Posada del Migrante» abriga cerca de 200 imigrantes que lá procuram refúgio, diaramente.
A migração forçada da América Central é um «calvário cruel» que engloba situações de extorsão, sequestro e morte. Vive hoje o seu «pior momento», considera, segundo a agência Fides. Em 2009, registaram-se cerca de 18 mil sequestros de migrantes, um lucro de 25 milhões de dólares para a criminalidade organizada. Trata-se de informações que foram debatidas durante o Encontro Continental Latino-americano da Pastoral para os Migrantes, realizado em Bogotá [Colômbia] e decorrido em Novembro.
Enrique Díaz, bispo auxiliar de San Cristóbal, recordou, estes dias, as palavras do arcebispo de Morelia, no México: «O que vemos hoje é resultado de anos de abandono, do fracasso de todos os aspectos da política e da instrução; e tudo isso não surgiu espontaneamente; é resultado de anos de destruição do tecido social por causa da perda de valores... como se Deus não existisse».
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