sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Urge estar mais próximo das comunidades migrantes

A Direcção Regional das Comunidades promoveu uma série de “Encontros de Trabalho” com o intuito de dar a conhecer os projectos que desenvolve junto das comunidades migrantes. Melhor servir o seu público-alvo e potenciar os recursos existentes são os grandes objectivos dos “Encontros de Trabalho” promovidos pela Direcção Regional das Comunidades (DRC). “Sentíamos que havia uma grande necessidade de dar a conhecer o vasto número de áreas em que a DRC intervém”, afirma Graça Castanho, directora regional das Comunidades a este jornal. “As pessoas desconhecem, no geral, o trabalho que tem sido feito, e com qualidade, ao nível da emigração, da imigração e dos regressados. Nesta última área, temos, por um lado, os regressados que vêm para os Açores de forma voluntária e, por outro, os regressados compulsivos, que são obrigados a abandonar os países de acolhimento e que vêm com problemáticas sociais e económicas muito preocupantes pelo que necessitam de um apoio sistematizado, organizado e com qualidade.”

A intervenção da Direcção Regional das Comunidades desenvolve-se a dois níveis. Ou promove e desenvolve projectos próprios ou apoia projectos e planos de actividade apresentados por instituições ou associações. Para Garça Castanho, é importante que surjam mais instituições a trabalhar com esta populações alvo. “No que concerne aos imigrantes temos, por exemplo, a AIPA, que tem desenvolvido um bom trabalho, mas isso não exclui a possibilidade de surgirem mais associações direccionadas para outras áreas e outras preocupações dentro do imigração”, sublinha a directora regional. A DRC, prossegue, trabalha de perto com a ARRISCA e a Cresaçor, entidades cuja acção se centra nos regressados. “Por outro lado, surgiu recentemente a Associação de Emigrantes dos Açores, algo que nos deixa muito satisfeitos porque não nos podemos esquecer que as grandes medidas e as grandes intervenções devem partir das forças vivas da sociedade. Cabe-nos a nós, direcção regional, prestar o devido apoio.”

Graça Castanho destaca o papel destas associações porque são elas “que estão no terreno e têm capacidade para desenvolver todo um trabalho de proximidade que nós nem sempre conseguimos”. A directora regional refere, ainda, o papel do Instituto de Acção Social na área do acolhimento e encaminhamento da comunidade migrante.

Graça Castanho está confiante que depois dos “Encontros de Trabalho”, que vão percorrer as nove ilhas dos Açores, haverá uma maior abertura da comunidade para o trabalho desenvolvido pela Direcção Regional das Comunidades e para o apoio aos emigrantes, imigrantes e regressados. “Do ponto de vista da DRC, é preciso ter a certeza de que os projectos que vão surgir são relevantes, direccionados para áreas deficitárias e que vão incidir sobre aspectos que vão marcar a diferença nas comunidades. Não vamos apoiar por apoiar. Os recursos são cada vez mais escassos pelo que o nosso empenho para diversificar e tentar corresponder às expectativas destes três grandes grupos tem de responder a critérios mais apertados. Não estamos em tempo de fazer por fazer, temos de fazer com sentido e objectivos muito específicos”, conclui.

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