O governo abriu nesta semana uma consulta pública para reformar a emissão desses vistos para pessoas de fora da União Europeia, com foco em alunos de cursos de graduação e pós; mesmo antes das mudanças, endurecimento das regras já começou
O governo britânico abriu nesta semana consulta pública para reformar a emissão de vistos estudantis para pessoas de fora da União Europeia. A intenção do Ministério da Imigração, conduzido por Damian Green, é reduzir o número de vistos gradativamente até 2015.
Cursos de graduação e pós são o foco do governo, que pretende reduzir a imigração no país. A consulta pública ficará disponível por oito semanas. Dependendo do resultado, as primeiras mudanças começam a ser implementadas em abril de 2011.
Mas, antes mesmo da reforma, já começou o endurecimento das regras. Em fevereiro deste ano, o número de horas de trabalho permitido para quem tem visto estudantil caiu de 20 semanais para 10. Além disso, só quem tem inglês no mínimo básico pode tentar obter esse visto.
"Por causa dessas mudanças, neste ano apenas um cliente nosso viajou com visto de estudante com direito de trabalhar", afirma Edina Crunfli, coordenadora de cursos da agência de intercâmbio Intercultural. "Para se ter uma ideia do impacto da mudança, 80 obtiveram esse visto no ano passado." Segundo Edina, os outros alunos que foram estudar na Grã-Bretanha neste ano - cerca de 50 - foram com visto de estudante visitante.
De acordo com o Consulado Geral Britânico, no Rio de Janeiro, 10 mil brasileiros foram para a Grã-Bretanha para estudar em 2009. Destes, 3 mil obtiveram o visto ainda aqui. Outros 7 mil obtiveram a autorização aeroportuária, chegando ao país.
Hoje só precisam de visto estudantil os brasileiros que forem permanecer no país por no mínimo seis meses.
Campeão de recusa. Segundo a assessoria do Itamaraty, a Grã-Bretanha é hoje o campeão de denegação - recusa de pessoas que tentam entrar - de brasileiros. Em 2009, 2.280 brasileiros não puderam entrar no país.
Apesar de permanecer na liderança, a Grã-Bretanha teve uma queda de denegação de brasileiros desde 2004, quando mais de 5 mil tiveram foram impedidos de entrar.
Mesmo cara, a Inglaterra ainda está entre os destinos mais procurados por estudantes brasileiros. Pela questão do custo, EUA e Canadá saem na frente, segundo a empresa de viagens Central de Intercâmbio (CI), mas é um destino importante, pela questão do idioma. Na CI, 17% dos alunos que procuram cursos de idiomas escolhem o país. Segundo a empresa, uma alternativa é a Nova Zelândia, que tem um inglês com sotaque parecido e custo de vida mais baixo.
O assunto não mexe somente com os estrangeiros que querem estudar na Inglaterra. Escolas britânicas de idiomas chegaram a mover um processo contra o governo neste ano, para combater as regras mais rígidas.
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