A partir do lançamento da próxima coleção de verão, consumidorespoderão
fiscalizar, através do smartphone, a cadeia de produção das roupas daZara fabricadas no Brasil.
As etiquetas das peças
da grife começarão a vir com um código que, lido por um programa instalado em
dispositivo móvel, levará a um site contendo informações não só sobre o próprio
item, mas também sobre o fornecedor que o confeccionou.
A novidade faz parte do
programa de responsabilidade social "Fabricado no Brasil", adotado
pela empresa.
Na próxima campanha o
projeto ainda funcionará em fase piloto, mas deve abranger todos os produtos
confeccionados no país no decorrer de 2015.
No site, estarão
disponíveis o nome do fornecedor, sua localização, o número de funcionários, os
contatos e a classificação que ele recebeu nas auditorias realizadas pela
Zara.
"Não é marketing, é
um processo de transparência", garantiu o presidente da companhia no
Brasil, João Braga, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, em São
Paulo.
Segundo ele, a iniciativa
irá, basicamente, partilhar o processo de rastreabilidade das roupas que já
existe dentro da companhia com o cliente. A empresa não revelou quanto está
investindo na ideia.
Trabalho escravo
O investimento em transparência vem como uma resposta do Grupo
Inditex, dono da Zara, aos escândalos que ligaram a companhia a trabalhadores
mantidos em situação análoga à de escravo no
país, em 2011.
A partir do lançamento da próxima coleção de verão, consumidorespoderão
fiscalizar, através do smartphone, a cadeia de produção das roupas daZara fabricadas no Brasil.
As etiquetas das peças
da grife começarão a vir com um código que, lido por um programa instalado em
dispositivo móvel, levará a um site contendo informações não só sobre o próprio
item, mas também sobre o fornecedor que o confeccionou.
A novidade faz parte do
programa de responsabilidade social "Fabricado no Brasil", adotado
pela empresa.
Na próxima campanha o
projeto ainda funcionará em fase piloto, mas deve abranger todos os produtos
confeccionados no país no decorrer de 2015.
No site, estarão
disponíveis o nome do fornecedor, sua localização, o número de funcionários, os
contatos e a classificação que ele recebeu nas auditorias realizadas pela
Zara.
"Não é marketing, é
um processo de transparência", garantiu o presidente da companhia no
Brasil, João Braga, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, em São
Paulo.
Segundo ele, a iniciativa irá, basicamente, partilhar
o processo de rastreabilidade das roupas que já existe dentro da companhia com
o cliente. A empresa não revelou quanto está investindo na ideia.
Trabalho escravo
O investimento em transparência vem como uma resposta do Grupo
Inditex, dono da Zara, aos escândalos que ligaram a companhia a trabalhadores
mantidos em situação análoga à de escravo no
país, em 2011.
Em um deles, pelo qual a Justiça
considerou a Zara responsável no mês passado —
contrariando a tentantiva de anulação do processo por parte da grife
— 16 bolivianos foram encontrados costurando para a marca sob
condições insalubres, em São Paulo.
Os trabalhadores, que
haviam sido subcontrados pela então fornecedora da Zara AHA Indústria e
Comércio de Roupas, receberiam 2 reais por item fabricado.
Por conta desse caso, o
Grupo Inditex firmou com o Ministério Público do Trabalho um termo de
ajustamento de conduta que previa o pagamento, por parte da empresa, de 3,4
milhões de reais em "investimentos sociais". A partir do acordo, a Zara desembolsou, de 2012 até agora, cerca de 14 milhões de reais em ações de responsabilidade social. A cifra é maior que o dobro do valor investido entre 2003 (quando a organização começou a ter projetos desse tipo) e 2012: 6 milhões de reais.
O dinheiro foi gasto em medidas como auditorias em fornecedores; um projeto para a capacitação e desenvolvimento dos fabricantes; o apoio a instituições sociais; e o financiamento (no valor de 6,2 milhões de reais) de projetos do Centro de Integração à Cidadania do Migrante.
As auditorias
O termo de ajustamento
de conduta da Zara com o Ministério Público do Trabalho teve fim em 2012 e,
portanto, o "Fabricado no Brasil" é um projeto espontâneo da empresa.
Porém, ele tem como um dos pilares as auditorias em fornecedores, que começaram
a ser feitas como parte do acordo.
De acordo com a Zara,
entre 2011 e 2013, já foram realizadas mais de 1.200 inspeções junto aos seus
32 fornecedores (que empregam cerca de 11 mil trabalhadores).
Nelas, segundo a companhia,
não foi encontrada nenhuma irregularidade semelhante às que ocorreram há três
anos.
As averiguações são
realizadas internamente pela Zara e também por consultorias internacionais.
Segundo João Braga, a
legitimidade dessas investigações poderá ser checada (e cobrada) pelos próprios
consumidores quando o "Fabricado no Brasil" estiver funcionando, por
meio das informações disponibilizadas no site.
Esclarecimentos
Apesar dos esforços da
Zara em mostrar que busca a transparência e está em processo de "melhoria
contínua", a empresa foi convocada a compararecer à CPI do Trabalho
Escravo na Assembleia Legislativa de São Paulo, na quarta-feira (21).
O deputado Carlos
Bezerra Júnior, autor do requerimento, diz em seu site que quer "saber se houve mudança num esquema global de exploração de pessoas ou se a empresa se esforça
só para fugir da responsabilidade e da lista suja do trabalho escravo".
Segundo João Braga,
presidente da companhia no Brasil, a Zara estaria presente na reunião ainda que
não fosse convidada, pois tem interesse em falar das medidas que tem tomado, as
quais "acredita que sejam boas para todo o setor".
Para ele, um dos
principais pilares do programa de responsabilidade social da grife é a premissa
de que "fugir do problema não é a solução".
Mesmo assim, a marca de
roupas ainda luta para ter seu nome excluído da "lista suja" do trabalho escravo.
Para Braga, o caso não
se trata de nenhuma oposição da grife ao combate à escravidão, mas de um
"direito de defesa", já que "considera a medida injusta face à
conduta exemplar que tem tido mediante os acontecimentos".
Exame
Nenhum comentário:
Postar um comentário