Milhares de pessoas têm caído numa armadilha ao embarcar para o
Iêmen desde o começo do atual conflito, em março, de acordo os últimos dados
divulgados esta semana pela Agência da ONU para Refugiados.
O Representante da ACNUR
no Iêmen, Johannes van der Klaauw, afirmou que a agência registrou
aproximadamente 10.500 recém-chegados desde o início do conflito, em 26 de
março. Esta população é composta por refugiados retornados e pessoas deixando
conflitos em outras regiões. Ele afirmou ainda que milhares de pessoas deixaram
o Iêmen.
“Desde o começo do ano,
mais de 37 mil refugiados e migrantes chegaram pelo mar, a maioria da Etiópia,
Somália e outros países”, afirmou. “Muitos são enganados por traficantes, que
os convence a faz a viagem dizendo que o conflito acabou e que o Iêmen está
seguro”.
Ele acrescentou que as
pessoas que fazem a travessia marítima se deparam com os riscos habituais dessa
jornada - sequestros, ataques, afogamentos, exploração e assédio sexual.
Entretanto, devido ao atual conflito no Iêmen e consequentes limitações de
acesso, o ACNUR e seus parceiros estão incapacitados de levar os recém-chegados
a centros urbanos para receberem assistência.
Para desencorajar as
travessias, o Representante afirmou que estão sendo feitas campanhas de
informação pública em Puntland e Somaliland, assim como outros pontos de
partida.
“Ao mesmo tempo, mais de
51 mil pessoas fugiram do Iêmen para Djibuti, Somália, Arábia Saudita e Sudão”,
acrescenta van der Klauw.
O número de iemenitas
deslocados internamente quadruplicou desde o começo do conflito, e hoje está em
aproximadamente 1,2 milhão de pessoas. As maiores concentrações de deslocados
internos estão em Hajjah (quase 299 mil), Al Dhale (227 mil) e Áden (184 mil).
O ACNUR destaca que a
população está demonstrando grande resiliência e solidariedade com os quatro
quintos dos deslocados que estão sendo acolhidos por famílias iemenitas.
Além disso, os dados do
ACNUR mostram que existem aproximadamente 250 mil refugiados da Somália,
principalmente, vivendo em centros urbanos do país. No entanto, devido ao
conflito, muitos foram deslocados de Áden para o campo de Kharaz e cidades no
sul do Iêmen.
ACNUR
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