quarta-feira, 22 de julho de 2015

Iêmen recebe mais de 100 mil pessoas pelo mar desde o início do conflito

Milhares de pessoas têm caído numa armadilha ao embarcar para o Iêmen desde o começo do atual conflito, em março, de acordo os últimos dados divulgados esta semana pela Agência da ONU para Refugiados.
O Representante da ACNUR no Iêmen, Johannes van der Klaauw, afirmou que a agência registrou aproximadamente 10.500 recém-chegados desde o início do conflito, em 26 de março. Esta população é composta por refugiados retornados e pessoas deixando conflitos em outras regiões. Ele afirmou ainda que milhares de pessoas deixaram o Iêmen.
“Desde o começo do ano, mais de 37 mil refugiados e migrantes chegaram pelo mar, a maioria da Etiópia, Somália e outros países”, afirmou. “Muitos são enganados por traficantes, que os convence a faz a viagem dizendo que o conflito acabou e que o Iêmen está seguro”.
Ele acrescentou que as pessoas que fazem a travessia marítima se deparam com os riscos habituais dessa jornada - sequestros, ataques, afogamentos, exploração e assédio sexual. Entretanto, devido ao atual conflito no Iêmen e consequentes limitações de acesso, o ACNUR e seus parceiros estão incapacitados de levar os recém-chegados a centros urbanos para receberem assistência.
Para desencorajar as travessias, o Representante afirmou que estão sendo feitas campanhas de informação pública em Puntland e Somaliland, assim como outros pontos de partida.
“Ao mesmo tempo, mais de 51 mil pessoas fugiram do Iêmen para Djibuti, Somália, Arábia Saudita e Sudão”, acrescenta van der Klauw.
O número de iemenitas deslocados internamente quadruplicou desde o começo do conflito, e hoje está em aproximadamente 1,2 milhão de pessoas. As maiores concentrações de deslocados internos estão em Hajjah (quase 299 mil), Al Dhale (227 mil) e Áden (184 mil).
O ACNUR destaca que a população está demonstrando grande resiliência e solidariedade com os quatro quintos dos deslocados que estão sendo acolhidos por famílias iemenitas.
Além disso, os dados do ACNUR mostram que existem aproximadamente 250 mil refugiados da Somália, principalmente, vivendo em centros urbanos do país. No entanto, devido ao conflito, muitos foram deslocados de Áden para o campo de Kharaz e cidades no sul do Iêmen.
ACNUR


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