A Alemanha vem recebendo um aumento significativo de pedidos de
asilo nos últimos anos. Em 2014, o número bateu o recorde e chegou a ser o mais
alto em 20 anos, atingindo 202.645 dos 600.000 pedidos em toda a Europa. Já
para 2015, esse número tende a ser maior do que 450.000 pedidos. Paralelamente
a esse aumento, há uma crescente onda de violência, protestos e atentados por
todo o país.
Segundo
o Ministério do Interior alemão, entre o período de janeiro a junho de 2015
houve pelo menos 202 crimes cometidos contra abrigos de estrangeiros no país,
superando todos os ataques ocorridos em 2014. De acordo com estimativa da
polícia alemã, aproximadamente 85% destes ataques podem ter sido realizados por
grupos de extrema-direita.
Grande
parte dos protestos e atos violentos é organizada via redes sociais, com a
existência de grupos no facebook que realizam apologia contra os refugiados.
Entre os crimes realizados estão pichações com ameaças deixadas nas portas dos
abrigos, além de agressões físicas e incêndios. Um mapa com a localização de
diversos abrigos para estrangeiros teve que ser retirado do ar, como maneira de
impedir que os ataques se proliferassem.
Em
abril, um futuro centro para refugiados com capacidade para 40 asilados – e que
seria inaugurado em maio, na pequena cidade de Troglitz, na Alemanha – foi alvo
de um incêndio intencional. O fato ocorreu após semanas de manifestações de
grupos de extrema-direita e neonazistas que se posicionavam contra a vinda de
novos refugiados à cidade, o que levou a renúncia do ex-prefeito – quem teve
seu carro incendiado – após algumas ameaças pessoais contra a decisão da
prefeitura em receber mais 40 refugiados.
Já
no mês de julho, houve mais casos de protestos e incêndios, como o do dia 18,
em Remchingen, e dias depois, em Reichertshofen. No dia 25, em Dresden, um
protesto violento contra a abertura de um novo campo de refugiados que é gerido
pela Cruz Vermelha deixou 3 feridos. Após o protesto violento, no qual
manifestantes arremessaram pedras e garrafas, o campo que é formado por tendas
e que abriga mais de 700 pessoas passou a ser patrulhado por policiais por
medida de segurança.
De
acordo com o professor do Núcleo de estudos sobre a violência da Universidade
de Bielefeld, Andreas Zick, a esta onda de xenofobia estão somados o fato dos
grupos neonazistas e xenófobos estarem mais violentos e organizados, e a
tolerância velada do Estado e da sociedade civil com relação a ações xenófobas.
Com o aumento do número de refugiados e de ataques no país, é preciso uma
atenção especial do Governo, ONGs e Organismos Internacionais sobre essa
problemática.
Fontes:
Foto:
FABRIZIO
BENSCH / Fabrizio Bensch/REUTERS
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