O Peru deu uma reviravolta em sua antiga
situação de exportador de trabalhadores e se transformou agora em um receptor
de milhares de imigrantesque chegam para trabalhar
vindos do mundo todo, segundo revelaram os últimos números oficiais.
Tanto a Superintendência
Nacional de Migrações como o Instituto Nacional de Estatística e Informática
(Inei) divulgaram recentemente dados que confirmam essa tendência à recepção de
trabalhadores, que aumentou em 793% entre 2004 e 2014.
Segundo o relatório
oficial, em 2004 foram aprovados 1.464 vistos de trabalho ou de mudança de
qualidade migratória para a de trabalhador, enquanto em 2014 este mesmo trâmite
foi aprovado para 13.065 estrangeiros.
"O Peru se
transformou em um destino muito importante para cidadãos de todas as partes do
mundo que querem desenvolver seus conhecimentos e talentos em um país sério e
com futuro", destacou o superintendente nacional de Migrações, Boris
Potozén.
O funcionário afirmou
que o trabalho dos estrangeiros "não só os ajuda a prosperar, mas também
contribui com nosso próprio desenvolvimento".
Ao se referir aos
números deste ano, a Superintendência de Migrações ressaltou que durante o
primeiro semestre entraram com o pedido para trabalhar no Peru 6.728 cidadãos
estrangeiros.
Destes, 5.621
solicitaram permissão para trabalhar na qualidade de residentes e outros 1.107
como trabalhadores temporários.
A maioria, 4.570 no
total, proveio de países sul-americanos, seguidos por 1.254 europeus, 478
norte-americanos, 267 asiáticos, 108 centro-americanos, 41 da Oceania e dez da
África.
A Colômbia é o país de
origem da maior parte dos trabalhadores que chegaram durante este primeiro
semestre ao Peru, com 1.713 pessoas; seguido pela Espanha, com 757; Argentina,
com 638; Chile, com 556; Equador, com 515; Brasil, com 412; Venezuela, com 349;
e Estados Unidos, com 330.
Ao informar sobre o
número de trâmites de qualidade migratória como trabalhador durante o primeiro
semestre (que podem ser solicitados várias vezes pela mesma pessoa), a
Superintendência de Migrações assinalou que a maioria foram pedidos por
engenheiros (8.045), seguidos por funcionários de diversos setores (5.504) e
administradores de empresas (1.748).
Eles foram seguidos por
gerentes (966), técnicos (800), economistas (612), empresários (557), pilotos
(515) e contadores (449), entre outros profissionais.
"Esta onda de
migração deve ser acompanhada de uma melhora e agilização nos serviços e
procedimentos de migrações. É por isso que declaramos a Superintendência em
processo de modernização. Hoje podemos dizer que os trâmites para os
estrangeiros que vêm trabalhar no Peru são muito mais simples", assinalou
Potozén.
Recentemente, o
Instituto Nacional de Estatística e Informática (Inei) informou que apenas
durante o último mês de maio entraram no país quase 5.000 estrangeiros, a
maioria colombianos, chilenos, espanhóis e argentinos, na qualidade de
trabalhadores.
Este número significou
um aumento de 12,1% em relação ao mesmo mês de 2014, enquanto 17,2% destes
trabalhadores vieram da Colômbia, 14,6% do Chile, 11,7% da Espanha e 10,5% da
Argentina.
Os analistas ressaltam
que o aumento da migração trabalhista para o Peru se deve, principalmente, aos
altos níveis de crescimento que o país teve na última década, que atingiu uma
média anual de 6%.
Embora a crise
financeira internacional tenha reduzido este crescimento para uma média de 4%,
o Peru mantém uma grande demanda por mão de obra qualificada para atender o
grande déficit em desenvolvimento de infraestrutura.
Os especialistas
destacam, no entanto, que os estrangeiros ainda devem cumprir com um processo
"embaraçoso e limitativo" para conseguir a condição de trabalhadores
legais, embora essa situação seja mais fácil para argentinos e espanhóis,
graças a convênios bilaterais assinados entre seus países com o Peru.
Exame
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