A União Europeia não
conseguiu chegar a um consenso nesta segunda-feira sobre como distribuir 40.000
postulantes a asilo atualmente na Grécia e na Itália entre seus membros ao
longo dos próximos dois anos, adiando a decisão até o fim deste ano, disseram diplomatas
do bloco.
Depois
da morte de 700 pessoas num barco pesqueiro que rumava da Líbia para a Itália
em abril, os líderes da UE pediram um acordo sobre um plano de realocação até o
fim de julho, um movimento potencialmente divisionista em alguns países onde
partidos e movimentos populistas de extrema-direita contrários à UE estão
ganhando terreno.
Os
ministros de Assuntos Internos do bloco concordaram em respeitar as indicações
da cúpula ao se comprometer com a realocação de 40.000 postulantes a asilo que
devem chegar à Grécia e à Itália nos próximos dois anos, mas os números exatos
para cada Estado membro serão definidos em outra reunião em dezembro.
Cerca
de 150.000 imigrantes que fogem de guerras e da pobreza chegaram à Europa por
via marítima até agora em 2015, afirmou a Organização Internacional para as
Migrações, a maioria deles na Itália e na Grécia, dois países já atingidos por
uma longa crise econômica. Centenas de pessoas se afogaram nas travessias.
Um
acordo é fundamental, já que a UE também precisa voltar sua atenção para o
crescente número de requerentes de asilo que atravessam a península dos Bálcãs
para chegar à Europa Central.
A
Hungria recebeu o maior número de pedidos de asilo no primeiro trimestre de
2015 na UE, de acordo com dados do bloco, e iniciou a construção de uma cerca
de segurança ao longo da fronteira com a Sérvia para impedir a entrada de
imigrantes ilegais.
"Estamos
quase lá", disse o comissário de Migração da UE, Dimitris Avramopoulos, em
entrevista coletiva no fim da reunião extraordinária. "Estou decepcionado,
mas foi um passo importante", disse ele.
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