De certa maneira a
viagem do Papa à América do Sul também tocou o Brasil. No que diz respeito às
dioceses de fronteira, neste caso a de Corumbá (MS), a questão dos presidiários
e dos imigrantes ganhou atenção especial.
O Padre Marco Antonio
Alves Ribeiro, coordenador da Pastoral Carcerária e da Mobilidade Humana da
diocese,
Ele fala das
dificuldades de se fazer presente hoje dentro das prisões, da vulnerabilidade
dos imigrantes que tentam cruzar a fronteira da Bolívia com o Brasil para
chegar a São Paulo e da presença de pessoas não tão bem intencionadas que os
aguardam na fronteira.
“Por Corumbá ficar
mais próximo de São Paulo, as pessoas acabam sendo trazidas para cá. Não só
bolivianos. Aqui cruzam imigrantes de várias nacionalidades. Eles acabam vindo
por uma corrente que vem do Equador, que passa pelo Peru e Bolívia para chegar
a Corumbá, trajeto que pode levar um mês. Tem bengalês, haitiano, da republica
Dominicana e, principalmente, os bolivianos que vão para as oficinas de costura
de São Paulo. É a principal rota deles. Alguns são trazidos por coiotes
que acabam deixando eles ali, mas não se sabe. É um ponto bastante vulnerável
onde eles se deparam com a barreira. E aí ficam vulneráveis a cair numa
armadilha de aceitar uma proposta diferente para terminar de chegar no destino
que queriam”.
Traficantes de
seres humanos
“Estamos lá para
ser um suportes para estas pessoas que às vezes barram numa situação legal.
Estamos como presença para que saibam que tem alguém que pode defendê-los,
acolhê-los, orientá-los. Às vezes, por uma falta de documento, de orientação,
eles acabam caindo na rede do tráfico. Eles ficam vulneráveis. Estão em
situação em que necessitam de uma orientação e que, as vezes, esta ala para dar
essa orientação, são pessoas más intencionadas que estão em volta. Então, se a
Pastoral está presente, pode ajudar a buscar os caminhos legais e saber das
dificuldades do caminho. Estamos lá para orientar e buscar os meios legais e
não ilegais que vai leva-los a cair na rede do tráfico.
Prisão
“Antes de entrar na
prisão temos outra imagem, de medo, de receio. Mas quando você entra lá e vê
aquelas pessoas no limite dos limites, nosso coração muda. Se a Igreja não está
ali, no último rincão para ser essa luz, esse sinal de esperança, quem vai lá?
A Igreja que é essa que vai ao encontro sem medir esforços, sem pedir nada em
troca. Ela que tem que ir lá porque eles não têm nada para oferecer. Tiraram
tudo deles, até a liberdade, mas não podem tirar a liberdade de espírito que é
onde a Igreja pode atuar. Quando Pedro e Paulo estiveram presos, foi a fé em
Deus que mostrou como Deus pode dar a liberdade de espirito mesmo não tendo a
liberdade física”. (BF/RB)
Radio Vaticano
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