Dezenas de milhões de
pessoas estão começando 2014 como deslocados internos ou refugiados, alertou a
chefe do Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Valerie Amos, nesta
quinta-feira (2). Ela pediu apoio para todos que foram expulsos de suas casas pela violência ou por
causa de desastres naturais.
“2013 foi um verdadeiro
teste para o sistema humanitário global e não há nenhuma indicação de que 2014
vá ser diferente”, disse, acrescentando que a ONU será mais necessária do que nunca neste ano.
Em 2013, conflitos
étnicos e religiosos tomaram conta de vários países do mundo. No Sudão do Sul,
194 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em duas semanas e 57,5 mil estão
sob a proteção da missão da ONU no país. As organizações humanitárias estão
tendo dificuldade de acessar algumas áreas do território, enquanto graves
violações dos direitos humanos acontecem livremente.
Na Síria, mais de 120
mil pessoas morreram, 6,5 milhões estão deslocadas e 2,3 milhões estão
refugiadas desde o início do conflito em março de 2011. Lá, a situação
humanitária é degradante e as organizações de assistência precisam de
financiamento urgente para realizar seu trabalho.
Na República
Centro-Africana, Amos observou que a violência e a instabilidade tem como pano
de fundo a pobreza extrema e o colapso do Estado, com cerca de 800 mil
deslocados – mais de um sexto da população – e meio milhão de famintos.
No Sudão, a crise em
Darfur está quase completando dez anos e, na República Democrática do Congo, os
deslocamentos continuam sendo uma grande preocupação, já que 2,7 milhões de pessoas
tiveram que sair de suas casas. Estima-se que 6,3 milhões de congoleses não
tenham acesso regular a alimentos, resultando em metade de todas as crianças
menores de cinco anos de idade no país sendo consideradas cronicamente
desnutridas.
Amos disse que as
reformas da ONU postas em prática há dois anos estão tendo resultados reais,
mas que é necessário mais trabalho para superar seus diferentes elementos –
política, desenvolvimento, manutenção da paz e assistência humanitária – de uma
forma a oferecer apoio estratégico e sustentado.
Há duas semanas, as
Nações Unidas fizeram um apelo humanitário de quase 13 bilhões de dólares, o
mais alto da história da Organização, para ajudar as vítimas de conflitos e
desastres naturais em 2014. Cerca de metade dessa quantia vai para socorrer as
vítimas da crise síria.
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