Quando o ex-marido da
mineira Patrícia Souza foi deportado, cada decisão em relação ao filho do
casal, hoje com 8 anos, virava uma grande burocracia. Sem saber como proceder,
Patrícia foi informada sobre o Centro de Assistência ao Imigrante (Immigration Assistant
Center), um grupo de aproximadamente 20 brasileiros voluntários que faz a ponte
entre imigrantes e programas governamentais que poucos conhecem.
“Fui
informada sobre uma das voluntárias, eu a procurei e ela me ajudou a preencher
os papéis, foi comigo às audiências e, finalmente, em dezembro, consegui a
guarda de meu filho”, conta Patrícia, que vive em Coconut Creek.
Ao
longo de 2013, o IAC atendeu aproximadamente 500 pessoas mensalmente, segundo
uma das coordenadoras do grupo, Esther Pereira, com casos como o de Patrícia,
casos de deportação, de violência doméstica, imigração e mesmo acesso ao
sistema de saúde.
Desde 2009, quando vários brasileiros começaram a ser deportados, um grupo de ativistas brasileiros resolveu ajudá-los, fazendo a ponte entre aquele que não tem condições de pagar por ajuda legal e instituições governamentais que oferecem algum tipo de ajuda. “Nós trabalhamos com aqueles que estão abaixo do nível de pobreza, por isso o IAC não oferece concorrência alguma aos advogados da região, pois essas pessoas nem os procurariam”, explica Esther. “Miami tem muitas organizações como a nossa, pois o cubano é muito mais envolvido politicamente. Mas, em Broward, quase não existia, e por isso quando realizamos clínicas de imigração em parcerias com entidades, recebemos imigrantes de vários países”.
Desde 2009, quando vários brasileiros começaram a ser deportados, um grupo de ativistas brasileiros resolveu ajudá-los, fazendo a ponte entre aquele que não tem condições de pagar por ajuda legal e instituições governamentais que oferecem algum tipo de ajuda. “Nós trabalhamos com aqueles que estão abaixo do nível de pobreza, por isso o IAC não oferece concorrência alguma aos advogados da região, pois essas pessoas nem os procurariam”, explica Esther. “Miami tem muitas organizações como a nossa, pois o cubano é muito mais envolvido politicamente. Mas, em Broward, quase não existia, e por isso quando realizamos clínicas de imigração em parcerias com entidades, recebemos imigrantes de vários países”.
O
ano de 2014 parece ainda mais cheio de trabalho para o IAC, que agora tem
projetos de parceira com Work Force One para realizar seminários gratuitos para
brasileiros se equiparem melhor para o mercado de trabalho.
Casos
vão desde pensão alimentícia à custódia de menores e divórcio. “Atendemos e
fornecemos informações legais em casos de violência doméstica. Formamos
parcerias com a organização Women in Distress, Palm Beach Domestic Violence
Unit, No More Tears, organizações que atendem casos de violência doméstica com
imigrantes especificamente, e Legal Aid of Broward, que também atende casos de
imigrantes sem documentos em casos de violência doméstica, e Labor Department
para situações na área de leis trabalhistas”.
Em
2013, o IAC também realizou diversas clínicas de imigração em associação com a
faculdade de direito de imigração da FIU, para a naturalização de residentes
permanentes e para jovens elegíveis ao Deferred Action For Childhood Arrivals,
DACA, na qual foram atendidos mais de 500 estudantes, com a supervisão de
advogados da FIU Immigration Clinic, que trabalham pro bono, ou seja, sem
custo para os requerentes. As duas clínicas foram realizadas em parceria com o
Florida New American, SWER, e Dreamer’s Mothers.
De
acordo com Esther, o Centro formou uma parceira com a ALM, Abundant Life
Ministry Immigration Services, organização sem fins lucrativos que é que é
certificada pelo Departamento de Homeland Security. Esta é uma iniciativa do
Departamento de Justiça, que credencia organizações comunitárias para
representar os imigrantes sem documentos perante o tribunal de imigração,
cobrando somente taxas de acordo com a renda familiar, atendendo em maioria
pessoas que tem renda abaixo do nível de pobreza no país.
Desde
outubro, a AIC Florida juntamente com ALM, vem preenchendo os formulários para
os casos de DACA, sem nenhum custo para o jovem imigrante, e também, dependendo
do caso, paga pela taxa do USCIS. O objetivo da organização é atender o
imigrante sem documento e prestar os serviços necessários, independente da
habilidade que o imigrante tenha para pagar.
Para
portadores de green card e cidadãos, o IAC tem parceira com o HUF, Hispanic
Unity of Flórida, e encaminhou, em 2013, aproximadamente 50 brasileiros para os
diversos programas gratuitos que tem como objetivo educar o imigrante a
ser um cidadão responsável e independente financeiramente. Depois que o
brasileiro se credencia ao HUF, eles oferecem apoio para a compra de casa
própria, estudos universitários, abertura de pequenos negócios, cursos de
capacitação, aulas de inglês e de cidadania, bolsa de estudos para a faculdade,
empréstimo para pequenos negócios e até compra de carro com juros baixos.
O
perigo de “falar espanhol”
Uma
das bandeiras do IAC é conscientizar brasileiros a não dizerem que “falam
espanhol” em momentos difíceis como no envolvimento com a justiça, saúde,
escola.
“O IAC procura facilitar a comunicação entre o brasileiro e os órgãos governamentais, mas muitas vezes a ideia que o brasileiro tem de que ‘falar espanhol’ acaba atrapalhando”, explica a coordenadora.
“O IAC procura facilitar a comunicação entre o brasileiro e os órgãos governamentais, mas muitas vezes a ideia que o brasileiro tem de que ‘falar espanhol’ acaba atrapalhando”, explica a coordenadora.
Esther
relata o caso de um brasileiro que vivia nos EUA há 18 anos e foi preso e
enviado para o Broward Transition Center. Ele disse que não precisaria de
tradutor, pois podia entender espanhol.
“Perguntaram
para ele se ele pagou pelo casamento, e ele afirmou que sim, que pagou tudo”,
relata. “Isso gerou um grande problema para ele. O juiz perguntou se ele pagou
por um casamento fraudulento, quando ele na verdade entendeu que estavam lhe
perguntando se ele pagou pela cerimônia, festa. No final, ele foi também
acusado pelo crime do casamento fraudulento. É importante as pessoas saberem
que têm direito a um tradutor”.
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