Obra na suíça tem
placa em várias línguas, visando os trabalhadores estrangeiros.
Setores da economia suíça se uniram nesta segunda-feira em uma
mobilização excepcional contra um projeto de lei que visa a limitar a imigração
no país. O texto, proposto pelo partido de direita populista UDC, será
submetido ao voto popular no dia 9 de fevereiro.
Nesta segunda, 12 organizações patronais realizaram
uma coletiva de imprensa conjunta para criticar a iniciativa, chamada de
“contra a imigração de massa” e que “vai criar problemas sem apresentar
soluções”. O texto do UDC, o maior partido suíço, não conta com o apoio nem do
governo, nem do Parlamento.
O projeto consiste em instaurar limites de
autorizações para mão de obra estrangeira, com o objetivo de dar empregos
prioritariamente aos suíços. Essas limitações acabaram no momento em que o país
aderiu aos acordos de livre-circulação com a União Europeia.
Os representantes dos empresários alegam que este
projeto teria consequências desastrosas para a economia, principalmente na
agricultura. Diversos setores têm dificuldade em contratar funcionários, um
vácuo preenchido pela imigração.
“Nós devemos o nosso sucesso a um mercado de
trabalho muito eficiente e crescente”, disse o presidente da União Patronal
Suíça, Valentin Vogt.
Alta proporção de imigrantes
A Suíça é um dos países europeus com maior número
de estrangeiros: eles são 23% da população , num total de 1,9 milhão de
pessoas. Entre 2012 e 2013, este número subiu 3,3%. A maior parte dos
imigrantes vêm da própria Europa.
Para os empresários, a aprovação da proposta
“colocaria em perigo” a política bilateral entre a União Europeia e o país.
Segundo eles, a imigração é benéfica “para a economia suíça e a sua população”.
De acordo com uma pesquisa realizada em dezembro, o
projeto deve ser recusado pela população suíça, que é frequentemente solicitada
para se pronunciar sobre temas propostos pelo governo, os parlamentares ou os
partidos. O texto contaria com apenas 36% de apoio popular.
O partido reagiu à iniciativa dos empresários,
afirmando que os “funcionários da economia, cegos pelo próprio interesse, se
recusam a falar dos problemas sociais e econômicos resultantes da chegada de 80
mil novos habitantes na Suíça a cada ano”.
O comunicado da sigla ainda destaca que o UDC “não
quer nem o fim da imigração, nem acabar com os acordos de livre-circulação” na
Europa. Para o partido, “os suíços devem decidir quem pode se instalar no país,
e quando deve partir”.
RFI
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