terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Empresários suíços protestam contra limitação da imigração

Obra na suíça tem placa em várias línguas, visando os trabalhadores estrangeiros.

Setores da economia suíça se uniram nesta segunda-feira em uma mobilização excepcional contra um projeto de lei que visa a limitar a imigração no país. O texto, proposto pelo partido de direita populista UDC, será submetido ao voto popular no dia 9 de fevereiro.
Nesta segunda, 12 organizações patronais realizaram uma coletiva de imprensa conjunta para criticar a iniciativa, chamada de “contra a imigração de massa” e que “vai criar problemas sem apresentar soluções”. O texto do UDC, o maior partido suíço, não conta com o apoio nem do governo, nem do Parlamento.
O projeto consiste em instaurar limites de autorizações para mão de obra estrangeira, com o objetivo de dar empregos prioritariamente aos suíços. Essas limitações acabaram no momento em que o país aderiu aos acordos de livre-circulação com a União Europeia.
Os representantes dos empresários alegam que este projeto teria consequências desastrosas para a economia, principalmente na agricultura. Diversos setores têm dificuldade em contratar funcionários, um vácuo preenchido pela imigração.
“Nós devemos o nosso sucesso a um mercado de trabalho muito eficiente e crescente”, disse o presidente da União Patronal Suíça, Valentin Vogt.
Alta proporção de imigrantes
A Suíça é um dos países europeus com maior número de estrangeiros: eles são 23% da população , num total de 1,9 milhão de pessoas. Entre 2012 e 2013, este número subiu 3,3%. A maior parte dos imigrantes vêm da própria Europa.
Para os empresários, a aprovação da proposta “colocaria em perigo” a política bilateral entre a União Europeia e o país. Segundo eles, a imigração é benéfica “para a economia suíça e a sua população”.
De acordo com uma pesquisa realizada em dezembro, o projeto deve ser recusado pela população suíça, que é frequentemente solicitada para se pronunciar sobre temas propostos pelo governo, os parlamentares ou os partidos. O texto contaria com apenas 36% de apoio popular.
O partido reagiu à iniciativa dos empresários, afirmando que os “funcionários da economia, cegos pelo próprio interesse, se recusam a falar dos problemas sociais e econômicos resultantes da chegada de 80 mil novos habitantes na Suíça a cada ano”.
O comunicado da sigla ainda destaca que o UDC “não quer nem o fim da imigração, nem acabar com os acordos de livre-circulação” na Europa. Para o partido, “os suíços devem decidir quem pode se instalar no país, e quando deve partir”.


RFI

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