O
Senado dos EUA aprovou na quinta-feira um importante projeto que abre caminho
para legalização de milhões de estrangeiros em situação clandestina, mas o
presidente da Câmara alertou que o texto não tem chance de aprovação entre os
deputados.
Numa rara
demonstração de bipartidarismo, o Senado, controlado pelos democratas, aprovou
o projeto por 68 x 32 votos, o que incluiu o voto favorável de 14 dos 46
republicanos.
Mas antes mesmo
da votação do presidente da Câmara, John Boehner, havia enfatizado que os
republicanos irão apresentar um projeto próprio, que "reflita o desejo da
nossa maioria" no sentido de impedir a concessão de cidadania a
estrangeiros que hoje estão irregularmente nos EUA.
O projeto que
tramitará na Câmara provavelmente dará grande ênfase à segurança na fronteira e
a detecção de imigrantes que tenham permanecido no país sem um visto válido.
"A reforma imigratória precisa estar assentada sobre a verdadeira
segurança da fronteira", disse Boehner.
A votação no
Senado ocorreu diante de uma galeria lotada de partidários da reforma,
incluindo mais de cem filhos de imigrantes ilegais.
O presidente
Barack Obama elogiou o projeto, que segundo ele consegue equilibrar uma
rigorosa segurança fronteiriça com um caminho para uma "cidadania
conquistada" para estimados 11 milhões de indocumentados. "Hoje o
Senado fez o seu trabalho. Agora cabe à Câmara fazer o mesmo", disse Obama
em nota.
Na última década,
houve várias tentativas de reformar a lei migratória de 1986, permitindo que os
EUA tenham mais acesso à mão de obra estrangeira. Grupos empresariais e
sindicais se puseram de acordo sobre o novo sistema de vistos, mas houve forte
polêmica sobre a necessidade de controlar melhor a fronteira, e sobre o prazo
que os indocumentados terão de esperar antes de poderem legalizar sua situação
e pleitear cidadania.
Ao contrário do
que ocorre no Senado, os republicanos têm maioria na Câmara, e dificilmente
aceitarão uma reforma imigratória abrangente - o que é uma das prioridades do
governo Obama.
Na quarta-feira,
para garantir o apoio da oposição, os senadores já haviam aprovado uma emenda
que previa gastos de 46 bilhões de dólares em dez anos para a segurança na
fronteira dos EUA com o México, com a contratação de 20 mil novos agentes e a
conclusão das obras de uma cerca de quase 1.200 quilômetros.
Reuters Brasil
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