O presidente do Conselho Pontifício responsável pelo setor das
migrações disse que a visita do Papa à ilha italiana de Lampedusa, esta
segunda-feira, foi um exemplo para toda a Igreja Católica.
“A
nossa solicitude pastoral impele-nos a permanecer ao lado de quem é obrigado a
fugir das suas terras, sensíveis e atentos à sua cruel situação”, declarou o
cardeal Antonio Maria Vegliò, citado hoje pela Rádio Vaticano.
Segundo
este responsável da Santa Sé, a presença de instituições eclesiais em
circunstâncias tão difíceis é “um autêntico testemunho de fé”.
“Isto
repercute-se em todos nós, sobretudo se deixarmos estes novos pobres e escravos
da era moderna entrar na nossa vida”, acrescentou, a respeito dos imigrantes
africanos que tentam entrar ilegalmente na Europa.
O
cardeal italiano declarou que a visita de Francisco à ilha mediterrânica é “a
confirmação do que as Igrejas locais, os Institutos religiosos e os leigos
cristãos estão a fazer”.
O
presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes
deseja que a primeira viagem do Papa fora de Roma seja “um novo apelo para a
levar em consideração a mensagem de Jesus sobre o sofrimento no mundo”.
“Uma
sociedade civil não pode aceitar que tantas pessoas inocentes vivam e condições
desumanas, despojadas de dignidade”, alertou.
Além
de abordar as causas que estão na origem dos fluxos migratórios, o membro da
Cúria Romana defende a necessidade de “criar situações de segurança,
estabilidade e coesão social de integração responsável”.
“Não
podemos resolver todos os problemas, mas podemos criar uma nova mentalidade
mais favorável e aberta para socorrer estes nossos irmãos, que se encontram em
condições precárias, que sofrem pela perseguição ou a miséria”, concluiu o
cardeal Vegliò.
O
Papa lançou ao mar uma coroa de flores em memória dos que ali perderam a vida e
encontrou-se com um grupo de imigrantes que estão nos centros de acolhimento.
Francisco
presidiu a uma missa com a participação de cerca de 10 mil pessoas e visitou
depois a Paróquia de São Gerlando, antes de deixar Lampedusa.
OC
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