quinta-feira, 4 de julho de 2013

Governo britânico quer que estrangeiros paguem por atendimento médico

O governo britânico quer que os estrangeiros que não sejam cidadãos da União Europeia e que permaneçam mais de seis meses no Reino Unido paguem para ter acesso ao serviço público de saúde (NHS), segundo um projeto apresentado nesta quarta-feira, 3 de julho de 2013. Atualmente o atendimento inicial é gratuito para qualquer pessoa.
"Dissemos claramente que o NHS é um serviço de saúde nacional, e não internacional, e estou determinado a impedir abusos", declarou o ministro da Saúde, Jeremy Hunt, à rede de televisão BBC.
"A questão é saber" se o sistema é "justo para as famílias britânicas que trabalham duro e pagam cerca de 5 mil libras (o equivalente a 17,2 mil reais) de impostos", disse ele, enfatizando que o Reino Unido é "praticamente o único país do mundo onde o acesso ao atendimento inicial é totalmente gratuito".
A partir de agora, os trabalhadores e estudantes estrangeiros que não forem cidadãos da União Europeia e que residam por mais de seis meses no país poderão ter que pagar ao menos 200 libras (691 reais) por ano, além dos custos do visto, para ter acesso ao NHS.
Esse montante seria somado aos impostos, que já servem em parte para financiar o sistema de saúde.
Os estrangeiros não-europeus que morem mais de seis meses na Inglaterra também poderão ter que pagar as consultas no clínico-geral. No sistema atual, eles já têm que pagar os tratamentos hospitalares.
Essas medidas, que serão objeto de uma consulta pública, não afetarão os pacientes com doenças infecciosas ou sexualmente transmissíveis. O governo também prometeu que não recusará a ninguém tratamentos de emergência.
Paralelamente, uma auditoria deve ser lançada para medir o peso financeiro para o sistema de saúde dos migrantes temporários no Reino Unido, pois o próprio governo reconhece ignorar o "custo real".
As autoridades britânicas também querem que o NHS seja mais bem reembolsado pelos outros integrantes da União Europeia quando trata pessoas originárias desses países.
Essa reforma foi criticada por certos profissionais de saúde que temem que ela desestimule os doentes a procurarem atendimento médico.


RFI

Nenhum comentário:

Postar um comentário