O governo britânico quer que os estrangeiros que não sejam cidadãos da
União Europeia e que permaneçam mais de seis meses no Reino Unido paguem para
ter acesso ao serviço público de saúde (NHS), segundo um projeto apresentado
nesta quarta-feira, 3 de julho de 2013. Atualmente o atendimento inicial é
gratuito para qualquer pessoa.
"Dissemos claramente que o NHS é um serviço de
saúde nacional, e não internacional, e estou determinado a impedir
abusos", declarou o ministro da Saúde, Jeremy Hunt, à rede de televisão
BBC.
"A questão é saber" se o sistema é
"justo para as famílias britânicas que trabalham duro e pagam cerca de 5
mil libras (o equivalente a 17,2 mil reais) de impostos", disse ele,
enfatizando que o Reino Unido é "praticamente o único país do mundo onde o
acesso ao atendimento inicial é totalmente gratuito".
A partir de agora, os trabalhadores e estudantes
estrangeiros que não forem cidadãos da União Europeia e que residam por mais de
seis meses no país poderão ter que pagar ao menos 200 libras (691 reais) por
ano, além dos custos do visto, para ter acesso ao NHS.
Esse montante seria somado aos impostos, que já
servem em parte para financiar o sistema de saúde.
Os estrangeiros não-europeus que morem mais de seis
meses na Inglaterra também poderão ter que pagar as consultas no clínico-geral.
No sistema atual, eles já têm que pagar os tratamentos hospitalares.
Essas medidas, que serão objeto de uma consulta
pública, não afetarão os pacientes com doenças infecciosas ou sexualmente
transmissíveis. O governo também prometeu que não recusará a ninguém
tratamentos de emergência.
Paralelamente, uma auditoria deve ser lançada para
medir o peso financeiro para o sistema de saúde dos migrantes temporários no Reino
Unido, pois o próprio governo reconhece ignorar o "custo real".
As autoridades britânicas também querem que o NHS
seja mais bem reembolsado pelos outros integrantes da União Europeia quando
trata pessoas originárias desses países.
Essa reforma foi criticada por certos profissionais
de saúde que temem que ela desestimule os doentes a procurarem atendimento
médico.
RFI
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