O
Departamento de Segurança Interna do governo dos Estados Unidos libertou nas
últimas semanas mais de 2 mil imigrantes ilegais que aguardavam deportação,
devido aos cortes automáticos de gastos que entraram em vigor nesta
sexta-feira. Segundo informações obtidas pela Associated Press, mais 3 mil
pessoas devem ser libertadas em março.
Os números, citados em documentos internos sobre o orçamento do
departamento, são bem maiores do que o afirmado pelo governo, que disse esta
semana que "algumas centenas" de imigrantes haviam sido libertados.
De acordo com os documentos da divisão de Imigração e Alfândega, quase mil
imigrantes foram libertados por semana desde 15 de fevereiro. A medida só foi
interrompida esta semana, após o caso ser noticiado pela imprensa, gerando
grandes críticas. Entre os Estados onde os imigrantes foram libertados estão
Arizona, Califórnia, Georgia e Texas.
A Casa Branca diz que não foi consultada sobre a medida e a
secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, reconheceu que a libertação
ocorreu de uma maneira indevida. Na quarta-feira o secretário de Imprensa do governo,
Jay Carney, disse que haviam sido libertadas "poucas centenas" de
imigrantes, que eram de "baixo risco".
Até o mês passado haviam 30,733 mil imigrantes presos nos EUA.
Segundo os documentos obtidos pela Associated Press, o objetivo é reduzir esse número
para 25,748 mil até 31 de março. Na sexta-feira o porta-voz da divisão de
Imigração e Alfândega, Brian Hale, divulgou um comunicado afirmando que o
número de presos muda diariamente.
"Além da flutuação normal, tendo em vista as incertezas sobre
os cortes de gastos e o projeto de financiamento do governo, a divisão
reavaliou sua população de detentos, para garantir que os níveis fiquem dentro
do nosso atual orçamento. Várias centenas de indivíduos foram colocados sob
métodos de supervisão menos custosos que a detenção. Por enquanto, nós não
prevemos novas libertações, mas isso pode mudar", afirma Hale no
comunicado.
Os imigrantes que foram libertados ainda podem ser deportados e
devem comparecer a audiências judiciais futuras. Mesmo assim, eles não estão
mais nas prisões, onde custam cerca de US$ 164,00 por dia ao governo, segundo
análises de especialistas. De acordo com o Fórum Nacional de Imigração, aqueles
que são libertados e submetidos a métodos de supervisão que vão de visitas
residenciais ao uso de rastreadores por satélite, custam entre US$ 0,30 e US$
14,00 por dia ao governo. As informações são da Associated Press.
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