O Brasil deixou de ser um país de imigrantes
para se tornar um país de descendentes de imigrantes, definiu o
secretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República, Ricardo Paes de Barros, ao defender uma maior
abertura para mão-de-obra estrangeira qualificada que, segundo ele, contribui
para o aumento da competitividade, da inovação e para uma maior troca de
conhecimento.
Apenas
0,3% da população brasileira era de imigrantes em 2010, expôs Paes de Barros,
um número que já foi de 7,3% por cento em 1900. Além de estar bem atrás de
outros países, como Canadá, Austrália e Suíça, onde mais de 20% dos residentes
são imigrantes, o Brasil possui uma média de idade avançada: 36% dos estrangeiros que vivem aqui já passaram dos 65 anos
e estão fora da população economicamente ativa. Já a proporção mundial de
idosos entre imigrantes em todo o mundo é de 12%.
O
secretário defendeu regras mais claras e que reduzam a burocracia para
contratação de estrangeiros. Ele expôs alguns pontos que já estão sendo estudados,
como a ampliação dos tipos de vistos de trabalho, a liberação para que
profissionais qualificados venham ao Brasil procurar emprego e a adoção de um
sistema de aprovação prévia dos contratos de trabalho de estrangeiros, com
aumento da fiscalização para garantir que não estão ocupando vagas que
poderiam ser de brasileiros.
Outras
iniciativas apontadas pelo secretário incluem permissões para que estrangeiros
formados no Brasil possam buscar emprego no país e para que familiares de
profissionais 'importados' por empresas brasileiras tenham liberdade de buscar
trabalho. Ao menos temporariamente, Paes de Barros afirmou que o foco do
governo deve ser permitir apenas as contratações de profissionais com
qualificações que não estão disponíveis no mercado brasileiro.
Representando o ministro da
pasta, Moreira Franco, o secretário participou de um encontro promovido pela
Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Petróleo (AbesPetro) para
discutir os benefícios da imigração para o país, que foi considerada um gargalo
à produtividade pela associação. "Um exemplo é o segmento de apoio
marítimo a embarcações especiais, que possui profissionais formados pela
Marinha. O mercado cresceu muito e muito rapidamente e a formação de funcionários
pela Marinha não acompanhou".
Agencia Brasil
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