O cenário se inverteu desde começo da
crise econômica em termos de migração, segundo o instituto de estatísticas do
país
A Espanha, país que até poucos anos era o destino das novas
oportunidades para milhares de latino-americanos, hoje sofre um duro revés
econômico e como consequência deixa de ser o Eldorado dos que buscam outros
rumos. Segundo as atuais cifras divulgadas pelo INE (Instituto Nacional de
Estatísticas) do país, o quadro mudou em termos de migração, com um aumento, em
2012, de 6,3% da população espanhola que reside no exterior.
Cerca de dois milhões de espanhóis decidiram tentar a sorte em novos destinos, segundo dados do PERE (Padrão de Espanhóis Residentes no Exterior) divulgados em março. Esta estatística mostra que o destino de maior preferencia dos ibéricos é a América Latina. As cifras incluem espanhóis de dupla nacionalidade, às quais se somam os casos de pessoas que foram à Espanha e obtiveram a nacionalidade, mas decidiram deixar o país.
A publicitária equatoriana-espanhola Silvia Marcos, de 25 anos, engrossa as cifras apresentadas pelo instituto de estatísticas ibérico. Silvia foi morar na Espanha quando era criança, devido ao trabalho dos pais. Acerca de sua dupla nacionalidade, esclareceu ao Opera Mundi que como seus pais foram trabalhar no país, esta foi concedida em uma “questão de tempo, ao contrário do que acontece em outros países da Europa”. “Foi fácil”, garantiu.
Com relação ao número de imigrantes latino-americanos na Espanha, Silvia lembra que, quando chegou, quase não tinha equatorianos morando no país. “Os espanhóis nem sabia onde ficava o Equador, e em alguns anos os equatorianos passaram da sexta maior imigração na Espanha para a segunda, depois dos marroquinos.”
Frente à pregunta de por que decidiu sair da Espanha, Silvia conta que morava em uma cidadezinha. “Se eu não saísse de lá, teria que fazer a mesma coisa a vida inteira, então decidi ir para Buenos Aires”, conta, explicando que o motor de sua mudança não foi a crise que assola o país europeu, mas que “já não voltaria”, já que para ela a Espanha vive “uma situação muito complicada”.
Quanto às cifras que apresentam a América Latina como o lugar predileto dos espanhóis que procuram novos rumos, Silvia corrobora que vê “um montão deles” na Argentina. “No Equador não via muitos, mas nos últimos anos se percebe uma mudança”, explica.
Quando questionada sobre a razão desta emigração, ela diz que “agora a situação se inverteu, o sistema de lá colapsou”. “O que vivemos aqui no Equador entre 1998 e 1999, e na Argentina em 2001, agora está acontecendo com eles”, analisa.
A atriz espanhola Lucía Echeveste Andreotta, de 32 anos conta, por sua vez, que sua motivação para morar na Argentina foi de dois tipos: uma de caráter profissional, já que Argentina tem um elevado nível no ramo. “A maioria dos professores de teatro na Espanha são argentinos”, sinaliza. A segunda foi de caráter familiar, já que sua mãe é argentina e, portanto, viajava ao país desde pequena. “Estar aqui é me sentir em casa”, diz.
Cerca de dois milhões de espanhóis decidiram tentar a sorte em novos destinos, segundo dados do PERE (Padrão de Espanhóis Residentes no Exterior) divulgados em março. Esta estatística mostra que o destino de maior preferencia dos ibéricos é a América Latina. As cifras incluem espanhóis de dupla nacionalidade, às quais se somam os casos de pessoas que foram à Espanha e obtiveram a nacionalidade, mas decidiram deixar o país.
A publicitária equatoriana-espanhola Silvia Marcos, de 25 anos, engrossa as cifras apresentadas pelo instituto de estatísticas ibérico. Silvia foi morar na Espanha quando era criança, devido ao trabalho dos pais. Acerca de sua dupla nacionalidade, esclareceu ao Opera Mundi que como seus pais foram trabalhar no país, esta foi concedida em uma “questão de tempo, ao contrário do que acontece em outros países da Europa”. “Foi fácil”, garantiu.
Com relação ao número de imigrantes latino-americanos na Espanha, Silvia lembra que, quando chegou, quase não tinha equatorianos morando no país. “Os espanhóis nem sabia onde ficava o Equador, e em alguns anos os equatorianos passaram da sexta maior imigração na Espanha para a segunda, depois dos marroquinos.”
Frente à pregunta de por que decidiu sair da Espanha, Silvia conta que morava em uma cidadezinha. “Se eu não saísse de lá, teria que fazer a mesma coisa a vida inteira, então decidi ir para Buenos Aires”, conta, explicando que o motor de sua mudança não foi a crise que assola o país europeu, mas que “já não voltaria”, já que para ela a Espanha vive “uma situação muito complicada”.
Quanto às cifras que apresentam a América Latina como o lugar predileto dos espanhóis que procuram novos rumos, Silvia corrobora que vê “um montão deles” na Argentina. “No Equador não via muitos, mas nos últimos anos se percebe uma mudança”, explica.
Quando questionada sobre a razão desta emigração, ela diz que “agora a situação se inverteu, o sistema de lá colapsou”. “O que vivemos aqui no Equador entre 1998 e 1999, e na Argentina em 2001, agora está acontecendo com eles”, analisa.
A atriz espanhola Lucía Echeveste Andreotta, de 32 anos conta, por sua vez, que sua motivação para morar na Argentina foi de dois tipos: uma de caráter profissional, já que Argentina tem um elevado nível no ramo. “A maioria dos professores de teatro na Espanha são argentinos”, sinaliza. A segunda foi de caráter familiar, já que sua mãe é argentina e, portanto, viajava ao país desde pequena. “Estar aqui é me sentir em casa”, diz.
Para Lucía, muitos imigrantes espanhóis na Argentina não consideram o
país como um lugar para ficar definitivamente. “Eles pensam em voltar para a
Espanha”, revela, esclarecendo, no entanto, que “devido à crise, perderam seus
trabalhos [na Espanha]” e planejam ficar na Argentina por três ou quatro anos”.
Segundo a atriz, as cifras de emigração dos espanhóis para a América Latina são evidentes. “Sinto que eles têm o discurso de que ficariam na Espanha, se sentissem que têm oportunidade de trabalhar no que querem, mas como não resta opção e seus direitos estão sendo cortados por todos os lados, sentem-se obrigados a ir embora, basicamente porque a Espanha, nesse momento, está uma merda”, expressa, afirmando que esta é a impressão transmitida nas redes sociais.
Lucía conta que também optou pela Argentina porque o idioma tem um papel fundamental e as afinidades culturais “também ajudam muito”. Para um espanhol, o latino-americano é “o mais próximo que podemos sentir fora da Espanha”, confessa, complementando que “a grande quantidade de espanhóis e italianos que migraram em outras gerações, faz com que tenham um carinho especial com a gente”.
Quanto a situação legal dos que se mudam, Lucía diz que “agora muitos espanhóis estão comprovando ou vivendo o que muitos latino-americanos tiveram que passar quando foram para a Espanha”. Segundo ela, “a questão dos papéis, de poder estar no país e trabalhar legalmente é o ponto mais complicado”, diz, apontando que, no entanto, quanto a isso, “a Espanha continua igual, só que agora ninguém quer ir para lá”.
Para Lucía, a Argentina não é o país mais complicado para se obter a residência. A atriz conta que soube de casos de espanhóis que quiseram entrar no Brasil, mas que por não ter toda a documentação necessária, não conseguiram. Isso porque o país sul-americano optou por uma política de reciprocidade com a Espanha, o que faz com que exijam aos espanhóis que queiram ir ao país as mesmas coisas requeridas a um brasileiro que vai para a Espanha.
Com relação às cifras que mostram a quantidade de espanhóis na Argentina, Lucía mostra incredulidade, afirmando que as multiplicaria por três ou quatro. “Há muitos espanhóis que estão aqui na qualidade de turista há um ou dois anos, mas em uma realidade totalmente diferente”, explica.
Mais dados
A América Latina está na primeira posição no ranking de destino dos espanhóis, com 62,9%, das pessoas registradas no exterior que declaram sua residência fora da Espanha. Em segundo lugar figura a Europa, com 34%, e cerca de 3% para outras regiões.
É com esta mesma proporção que se encontram os maiores índices de crescimento migratório. A América recebeu 81.757 espanhóis durante um ano, número ao que se somam o 1,2 milhão que tinham sua residência registrada no continente. A Europa, por outro lado, também mostra um crescimento, ainda que de apenas 4,53% em relação ao ano anterior.
De acordo com as cifras entregues, somente 34% dos espanhóis residentes no exterior nasceram na Espanha e 59% é natural do país onde reside atualmente. Entre as faixas etárias, são mais significativas as migrações de espanhóis entre 16 e 60 anos, com 62,4%, e com 23,1% entre os ibéricos com mais de 65 anos.
Os países estrangeiros que contam com maior quantidade de emigrantes espanhóis são a Argentina (385.388), a França (206.589) e a Venezuela (183.163).
Segundo a atriz, as cifras de emigração dos espanhóis para a América Latina são evidentes. “Sinto que eles têm o discurso de que ficariam na Espanha, se sentissem que têm oportunidade de trabalhar no que querem, mas como não resta opção e seus direitos estão sendo cortados por todos os lados, sentem-se obrigados a ir embora, basicamente porque a Espanha, nesse momento, está uma merda”, expressa, afirmando que esta é a impressão transmitida nas redes sociais.
Lucía conta que também optou pela Argentina porque o idioma tem um papel fundamental e as afinidades culturais “também ajudam muito”. Para um espanhol, o latino-americano é “o mais próximo que podemos sentir fora da Espanha”, confessa, complementando que “a grande quantidade de espanhóis e italianos que migraram em outras gerações, faz com que tenham um carinho especial com a gente”.
Quanto a situação legal dos que se mudam, Lucía diz que “agora muitos espanhóis estão comprovando ou vivendo o que muitos latino-americanos tiveram que passar quando foram para a Espanha”. Segundo ela, “a questão dos papéis, de poder estar no país e trabalhar legalmente é o ponto mais complicado”, diz, apontando que, no entanto, quanto a isso, “a Espanha continua igual, só que agora ninguém quer ir para lá”.
Para Lucía, a Argentina não é o país mais complicado para se obter a residência. A atriz conta que soube de casos de espanhóis que quiseram entrar no Brasil, mas que por não ter toda a documentação necessária, não conseguiram. Isso porque o país sul-americano optou por uma política de reciprocidade com a Espanha, o que faz com que exijam aos espanhóis que queiram ir ao país as mesmas coisas requeridas a um brasileiro que vai para a Espanha.
Com relação às cifras que mostram a quantidade de espanhóis na Argentina, Lucía mostra incredulidade, afirmando que as multiplicaria por três ou quatro. “Há muitos espanhóis que estão aqui na qualidade de turista há um ou dois anos, mas em uma realidade totalmente diferente”, explica.
Mais dados
A América Latina está na primeira posição no ranking de destino dos espanhóis, com 62,9%, das pessoas registradas no exterior que declaram sua residência fora da Espanha. Em segundo lugar figura a Europa, com 34%, e cerca de 3% para outras regiões.
É com esta mesma proporção que se encontram os maiores índices de crescimento migratório. A América recebeu 81.757 espanhóis durante um ano, número ao que se somam o 1,2 milhão que tinham sua residência registrada no continente. A Europa, por outro lado, também mostra um crescimento, ainda que de apenas 4,53% em relação ao ano anterior.
De acordo com as cifras entregues, somente 34% dos espanhóis residentes no exterior nasceram na Espanha e 59% é natural do país onde reside atualmente. Entre as faixas etárias, são mais significativas as migrações de espanhóis entre 16 e 60 anos, com 62,4%, e com 23,1% entre os ibéricos com mais de 65 anos.
Os países estrangeiros que contam com maior quantidade de emigrantes espanhóis são a Argentina (385.388), a França (206.589) e a Venezuela (183.163).
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