quinta-feira, 29 de novembro de 2012

MIGRAÇÕES: PEREGRINAÇÃO DE FÉ E ESPERANÇA


Por ocasião da 99ª Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, o Papa Bento XVI enviou uma mensagem com o tema: “Migrações: peregrinação de fé e de esperança.” A migração é provocada não só por incentivos materiais, mas também por fé e esperança. O presidente do Pontifício Conselho da Pastoral do Migrante, cardeal Antonio Maria Veglió, citou o último relatório da Organização Mundial das Migrações, que calcula que os migrantes que partem para o exterior são cerca de 214 milhões. Já a migração interna afeta aproximadamente 740 milhões de pessoas, totalizando mais de um bilhão de pessoas migrantes no planeta.

O cardeal Veglió recorda que a mensagem pontifícia mostra que as migrações compreendem direito e deveres: o dever de atender e cuidar dos migrantes para que eles tenham uma vida digna; e o dever deles de respeitar  os valores da sociedade que os recebe. O arcebispo Joseph sublinhou a dificuldades dos refugiados, em particular dos que pedem asilo e dos sofrem medidas restritivas ao acesso a determinados países. A Igreja Católica tem um papel importante no processo de integração tutelando as minorias. Para isso, precisa valorizar a sua cultura, a sua contribuição à pacificação universal, a dimensão missionária, a importância do diálogo. 

Os fluxos migratórios são um fenômeno pela quantidade de pessoas envolvidas, pelas problemáticas sociais, econômicas, políticas, culturais e religiosas, pelos desafios dramáticos que envolvem a comunidade nacional e internacional. O migrante é uma pessoa humana, possui direitos fundamentais que hão de ser respeitados por todos em qualquer situação. Fé e esperança formam um binômio indivisível no coração de muitos migrantes, pois neles existe o desejo de uma vida melhor, unido ao intento de ultrapassar o desespero de um futuro impossível de construir. Muitos partem animados por profunda confiança em Deus, que não abandona suas criaturas. A fé e a esperança enchem a bagagem dos migrantes, cientes de que, com elas, podem enfrentar o tempo: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido.

Aqueles que migram nutrem a confiança de encontrar acolhimento, obter ajuda solidária e encontrar pessoas que compreendam a tragédia de seus semelhantes. Hoje, vemos migrações que são consequência da precariedade econômica, da carência de bens essenciais, de calamidades naturais, de guerras e desordens sociais. Então migrar, em vez de ser peregrinação de confiança, fé e esperança, se torna um calvário de sobrevivência, em que homens e mulheres resultam mais vítimas do que autores.

“A vida é uma viagem no mar da história, com frequência, enevoada e tempestuosa, com obstáculos e dificuldades, uma viagem na qual olhamos as estrelas que nos indicam a rota. Maria é a estrela do caminho, que nos acompanha com sua maternal presença” - concluiu o Papa.

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