Pelo
menos cinco imigrantes morrem a cada dia ao tentar entrar na Europa, a maior
parte no mar, segundo dados para o ano de 2011 do Mapa dos Imigrantes,
apresentado nesta quinta-feira pela rede Migreurop.
Aproximadamente duas mil pessoas morreram em
2011 quando tentavam entrar no continente europeu, 1.500 delas apenas no
primeiro semestre, segundo esta rede formada por 40 associações europeias e
africanas, que defende a livre circulação de pessoas.
Este número é superior ao registo de 2010, mas
ligeiramente inferior ao recorde de 2006.
No total, mais de 16.250 imigrantes morreram
-afogados, por asfixia, de fome, frio ou se suicidando- nas fronteiras da
Europa de Janeiro de 1993 até Março de 2012, informa a rede.
Nos últimos 20 anos, cerca de 13.000 pessoas
desapareceram no mar no sul do continente (6.000 no Golfo da Sicília, 2.500 no
Estreito de Gibraltar e 3.000 nas Ilhas Canárias).
"A fronteira verde que separa, com uma
região de florestas, a Ucrânia da Polónia é outro eixo mortífero", indica
o informe.
Estes dados apoiam-se em cálculos da
associação United Against Racism, com sede em Amesterdão, e em artigos da
imprensa ou em informações de pessoas no terreno.
Ainda assim, "é uma amostra mínima de uma
tragédia ignorada", já que, por exemplo, a lista de afogados baseia-se nos
corpos encontrados ou no testemunho de sobreviventes, sem levar em conta os
desaparecidos, declara o Migreurop.
O Migreurop justifica este "mapa
macabro" pela necessidade de "dar visibilidade a uma situação
reduzida à fatalidade".
"Também é uma forma de exigência
moral e de homenagear as vítimas", escreveram os autores do mapa, que
culpam "as restritivas políticas imigratórias" da União Europeia.
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