sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Mais de cinco imigrantes morrem todos os dias ao tentar entrar na Europa


Pelo menos cinco imigrantes morrem a cada dia ao tentar entrar na Europa, a maior parte no mar, segundo dados para o ano de 2011 do Mapa dos Imigrantes, apresentado nesta quinta-feira pela rede Migreurop.

Aproximadamente duas mil pessoas morreram em 2011 quando tentavam entrar no continente europeu, 1.500 delas apenas no primeiro semestre, segundo esta rede formada por 40 associações europeias e africanas, que defende a livre circulação de pessoas.
Este número é superior ao registo de 2010, mas ligeiramente inferior ao recorde de 2006.

No total, mais de 16.250 imigrantes morreram -afogados, por asfixia, de fome, frio ou se suicidando- nas fronteiras da Europa de Janeiro de 1993 até Março de 2012, informa a rede.

Nos últimos 20 anos, cerca de 13.000 pessoas desapareceram no mar no sul do continente (6.000 no Golfo da Sicília, 2.500 no Estreito de Gibraltar e 3.000 nas Ilhas Canárias).

"A fronteira verde que separa, com uma região de florestas, a Ucrânia da Polónia é outro eixo mortífero", indica o informe.

Estes dados apoiam-se em cálculos da associação United Against Racism, com sede em Amesterdão, e em artigos da imprensa ou em informações de pessoas no terreno.

Ainda assim, "é uma amostra mínima de uma tragédia ignorada", já que, por exemplo, a lista de afogados baseia-se nos corpos encontrados ou no testemunho de sobreviventes, sem levar em conta os desaparecidos, declara o Migreurop.

O Migreurop justifica este "mapa macabro" pela necessidade de "dar visibilidade a uma situação reduzida à fatalidade".

 "Também é uma forma de exigência moral e de homenagear as vítimas", escreveram os autores do mapa, que culpam "as restritivas políticas imigratórias" da União Europeia.

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