Número de migrantes continuará a aumentar,
prevê novo superior dos Missionários Scalabrinianos, padre Alessandro Gazzola
O padre
italiano Alessandro Gazzola, recentemente eleito superior internacional de uma
congregação católica dedicada aos migrantes e refugiados, considera que é
impossível deter quem busca melhores condições de vida fora do país de origem.
“Ninguém poderá parar esta massa humana que, dignamente e de forma justa, procura pão para viver”, afirmou à ECCLESIA o sacerdote escolhido para dirigir os cerca de 700 missionários Scalabrinianos espalhados por 32 países dos cinco continentes.
O fundador da congregação, Beato João Batista Scalabrini (1839-1905), de origem italiana, intuiu há mais de um século que “as migrações são um fator estrutural”, contrariando as previsões que há algumas décadas o classificavam de “transitório”, sublinhou o padre Alessandro Gazzola, de 57 anos.
Com a crise económica “não é preciso ser especialista para compreender que o fenómeno das migrações continuará a aumentar”, acrescentou, adiantando que a congregação vai continuar a centrar atenções na Europa, continente que reúne “o maior número de migrantes a nível mundial”, cerca de “43 milhões” de pessoas.
A “pastoral de fronteira” existente no México e na Guatemala constitui também uma prioridade para a congregação, que dispõe de “Casas dos Migrantes” por onde passam “anualmente milhares e milhares de pessoas que tentam escalar a fronteira para os Estados Unidos”, explicou.
As “novas vocações” que estão a chegar, sobretudo da Ásia, implicam que a congregação se adapte, assinalou o novo superior, eleito a 22 de novembro no capítulo geral (assembleia magna) que decorre na Casa de Espiritualidade do Patriarcado de Lisboa, localizada no Turcifal, Torres Vedras.
“O primeiro desafio que temos de enfrentar é a capacidade não só de formar entre culturas, mas também de criar no próprio interior da comunidade a aptidão de partilhar modos de pensar e viver diferentes”, afirmou o religioso.
O padre português Rui Pedro, que até esta assembleia ocupou o cargo de conselheiro na sede da ordem, em Roma, revelou que a Congregação dos Missionários de São Carlos decidiu que só vai estar presente nos locais “onde é possível o trabalho com mais de uma comunidade migrante”.
Os objetivos desta orientação são proporcionar o encontro entre culturas e manifestar a “universalidade da Igreja”, referiu o sacerdote, salientando que “diante da escassez de pessoal, é preciso reduzir para qualificar”.
O sacerdote destacou o carisma “muito atual” dos Scalabrinianos, que precisam de “missionários preparados para trabalhar com diversas línguas e culturas”, de modo a apoiar os emigrantes que, com a crise económica, estão entre setores “mais fragilizados” da população.
O novo superior, com mandato até 2018, vai ter como vigário-geral (primeiro conselheiro) o sacerdote madeirense Alfredo José Gonçalves, de 59 anos, anterior responsável pela ordemno Brasil e Peru.
O capítulo geral, que começou a 4 de novembro e termina quarta-feira, reúne 44 responsáveis da congregação, que está assinalar os 125 anos de fundação.
PTE/RJM
“Ninguém poderá parar esta massa humana que, dignamente e de forma justa, procura pão para viver”, afirmou à ECCLESIA o sacerdote escolhido para dirigir os cerca de 700 missionários Scalabrinianos espalhados por 32 países dos cinco continentes.
O fundador da congregação, Beato João Batista Scalabrini (1839-1905), de origem italiana, intuiu há mais de um século que “as migrações são um fator estrutural”, contrariando as previsões que há algumas décadas o classificavam de “transitório”, sublinhou o padre Alessandro Gazzola, de 57 anos.
Com a crise económica “não é preciso ser especialista para compreender que o fenómeno das migrações continuará a aumentar”, acrescentou, adiantando que a congregação vai continuar a centrar atenções na Europa, continente que reúne “o maior número de migrantes a nível mundial”, cerca de “43 milhões” de pessoas.
A “pastoral de fronteira” existente no México e na Guatemala constitui também uma prioridade para a congregação, que dispõe de “Casas dos Migrantes” por onde passam “anualmente milhares e milhares de pessoas que tentam escalar a fronteira para os Estados Unidos”, explicou.
As “novas vocações” que estão a chegar, sobretudo da Ásia, implicam que a congregação se adapte, assinalou o novo superior, eleito a 22 de novembro no capítulo geral (assembleia magna) que decorre na Casa de Espiritualidade do Patriarcado de Lisboa, localizada no Turcifal, Torres Vedras.
“O primeiro desafio que temos de enfrentar é a capacidade não só de formar entre culturas, mas também de criar no próprio interior da comunidade a aptidão de partilhar modos de pensar e viver diferentes”, afirmou o religioso.
O padre português Rui Pedro, que até esta assembleia ocupou o cargo de conselheiro na sede da ordem, em Roma, revelou que a Congregação dos Missionários de São Carlos decidiu que só vai estar presente nos locais “onde é possível o trabalho com mais de uma comunidade migrante”.
Os objetivos desta orientação são proporcionar o encontro entre culturas e manifestar a “universalidade da Igreja”, referiu o sacerdote, salientando que “diante da escassez de pessoal, é preciso reduzir para qualificar”.
O sacerdote destacou o carisma “muito atual” dos Scalabrinianos, que precisam de “missionários preparados para trabalhar com diversas línguas e culturas”, de modo a apoiar os emigrantes que, com a crise económica, estão entre setores “mais fragilizados” da população.
O novo superior, com mandato até 2018, vai ter como vigário-geral (primeiro conselheiro) o sacerdote madeirense Alfredo José Gonçalves, de 59 anos, anterior responsável pela ordemno Brasil e Peru.
O capítulo geral, que começou a 4 de novembro e termina quarta-feira, reúne 44 responsáveis da congregação, que está assinalar os 125 anos de fundação.
PTE/RJM
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