Imigração para o Rio Grande do Sul sobe 121,4% entre 2009 e 2011, reforçada por profissionais qualificados vindos da Europa
Na
rota dos estrangeiros que deixam seus países em busca de oportunidades no
Brasil, o Rio Grande do Sul se tornou o Estado onde mais cresceu a população
vinda do Exterior.
A
imigração para o Estado é fortalecida por europeus que tentam escapar da crise
em seus países, que comprometeu até mesmo o emprego de profissionais
qualificados.
O
número de residentes oriundos de outras nações no Estado passou de 25,8 mil
para 57,1 mil entre 2009 e 2011, alta de 121,4%, segundo o IBGE. Além disso,
dados do Ministério do Trabalho mostram que no primeiro semestre deste ano, 872
estrangeiros receberam autorização para trabalhar no Rio Grande do Sul. Em todo
2009, foram 654.
–
Vemos portugueses e espanhóis vindo para cá trabalhar em cargos qualificados –
diz Neli Fagundes, do setor de Imigração da Superintendência Regional do
Trabalho no Estado.
Por
muitos anos, o Brasil foi um grande exportador de mão de obra. Hoje, faz
caminho inverso. Esse movimento é impulsionado pelo avanço do setor produtivo e
de novas tecnologias.
Conforme
estudo da Organização Internacional de Migrações, 107 mil europeus deixaram
seus países entre 2008 e 2009. E o principal destino foi o Brasil. Nesse
cenário, o Rio Grande do Sul atrai por ter menor competição em relação a São
Paulo e Rio de Janeiro, menor custo de vida e características mais próximas da
Europa.
–
Executivos de áreas técnicas, engenharia e desenvolvimento de produto têm sido
buscados por empresas com sede europeia instaladas aqui – aponta Rui Mello,
sócio-diretor da Mapper Consultores Executivos.
A
presença de estrangeiros no país pode representar um desafio extra à força de
trabalho local, caso a crise se agrave e não haja política mais restritiva de
imigração, avalia Flávio Martins, professor da Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM-Sul):
–
Terão de competir com estrangeiros bilíngues que chegam com nível de
escolaridade alto.
Há
pouco mais de um ano, o alemão Henning Hueckstaedt, 49 anos, deixou a mulher e
os dois filhos na cidade de Leverkusen para trabalhar no polo petroquímico de
Triunfo. Diretor de projetos da unidade gaúcha da Lanxess, o engenheiro veio
para o Brasil com o desafio de coordenar a produção química de borracha
sintética.
–
Ficarei aqui pelo menos mais dois anos – conta Hueckstaedt, que tem aulas
regulares de português para se familiarizar com o idioma.
Com
mais de 20 anos de experiência na indústria química, o engenheiro ainda
estranha a nova casa e sente saudade da família. A cada dois meses, Hueckstaedt
viaja para a Alemanha, onde entrega relatórios sobre a unidade e visita a
mulher e os filhos, de 17 e 21 anos.
–
Apesar de estar longe do meu
país,
sei que esta é uma grande oportunidade para a minha carreira. A empresa
precisava que eu estivesse aqui para melhorar os processos – diz o engenheiro,
que mora sozinho em Porto Alegre e se desloca para Triunfo todos os dias.
Da Europa para cá
Estudo divulgado pela Organização Internacional de Migrações mostra que 107 mil europeus saíram de seus países entre 2008 e 2009, no auge da crise. O principal destino foi o Brasil:
Espanha: 47,70 mil
Alemanha: 20,93 mil
Holanda: 17,17 mil
Itália: 15,70 mil
Estudo divulgado pela Organização Internacional de Migrações mostra que 107 mil europeus saíram de seus países entre 2008 e 2009, no auge da crise. O principal destino foi o Brasil:
Espanha: 47,70 mil
Alemanha: 20,93 mil
Holanda: 17,17 mil
Itália: 15,70 mil
O mesmo levantamento apontou que em
2010 os imigrantes europeus trabalhando na América Latina enviaram quase US$
5 bilhões de
volta a seus países de origem
Dados da Pesquisa Nacional por
Mostra de Domicílios (Pnad) do IBGE também mostram um maior número de
estrangeiros vivendo no Rio Grande do Sul, onde a presença mais do que dobrou
em dois anos:
2009: 25,8 mil
2011: 57,14 mil
2009: 25,8 mil
2011: 57,14 mil
As autorizações concedidas pelo
Ministério do Trabalho revelam mudança no perfil dos estrangeiros que chegam ao
Rio Grande do Sul. Em 2009, os chineses estavam no topo da lista e os alemães
ocupavam a quinta posição. Hoje, os alemães estão em segundo lugar na lista:
2009: 654
2010: 960
2011: 953
2012: 872*
2009: 654
2010: 960
2011: 953
2012: 872*
*Dado
até 30/6
2009
China: 290
Argentina: 82
EUA: 59
Canadá: 33
Alemanha: 23
China: 290
Argentina: 82
EUA: 59
Canadá: 33
Alemanha: 23
2012*
EUA: 219
Alemanha: 134
China: 68
Reino Unido: 62
Holanda: 47
EUA: 219
Alemanha: 134
China: 68
Reino Unido: 62
Holanda: 47
*Dado
até 30/6
Fontes:
Organização Internacional das Migrações, IBGE e Ministério do Trabalho
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