Com um público estimado em mais de 50 mil pessoas, termina neste
domingo (14/10) a versão brasileira da campanha “Gracias Ecuador”,
lançada há dois meses em Brasília pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para
Refugiados (ACNUR).
Implementada
em parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Equador, a campanha é
um reconhecimento do ACNUR à postura humanitária do governo e da população
equatoriana em relação à proteção de refugiados e solicitantes de refúgio em
seu país.
Na América
Latina, o Equador abriga a maior população refugiada da região: são cerca de 55
mil pessoas, a grande maioria vinda da Colômbia devido aos conflitos armados,
perseguições e violência em seu país de origem.
O estande
da campanha está instalado dentro do Museu da República de Brasília, como parte
da exposição “Guayasamín – Continente Mestiço”, do pintor equatoriano
Oswaldo Guaysamín, que também se encerra neste domingo.
Quem
visitou estande da campanha “Gracias Ecuador” recebeu informações sobre
o trabalho do ACNUR no Equador e levou para casa diferentes postais ilustrados
com fotos de pessoas que aderiram à campanha – entre elas o músico brasileiro
Carlinhos Brown. Estas atividades seguem até o próximo domingo, quando a
campanha será encerrada.
Os visitantes também puderam participar da
campanha, sendo fotografados com as mãos espalmadas, onde foi aplicado o slogan
“Gracias Ecuador”. As imagens estão disponíveis no sitewww.graciasecuador.org/, que traz também mensagens de
celebridades e documentários sobre o trabalho do ACNUR no Equador.
“A campanha
foi uma iniciativa importante para informar ao público de Brasília sobre a
solidariedade do povo equatoriano com os refugiados colombianos. Especialmente
no marco da exposição de Guaysamín, um grande pintor e humanista equatoriano
cujo trabalho artístico reflete com eloquência a tragédia e a esperança
humana”, afirmou o embaixador do Equador no Brasil, Horácio Borja.
Para a
diretora do ACNUR nas Américas, Marta Juárez, a postura do Equador está em
linha com a solidariedade presente na América Latina. “A campanha Gracias Ecuador torna visíveis os benefícios da
convivência multicultural e harmoniosa entre pessoas de diferentes origens, em
contraste com demonstrações de xenofobia e discriminação que costuma ocorrer
contra populações vulneráveis”, disse.
O diretor
do Museu Nacional de Brasília, Wagner Barja, também avaliou positivamente a
campanha. “A postura do Equador é exemplo mundial de generosidade e solidariedade.
É valorização da vida. Assim, a campanha Gracias
Ecuador, associada à exposição de Guayasamín, permitiu que essa mensagem
chegasse a todo mundo”, afirmou.
As obras de Guayasamín retratam a ótica das
etnias oprimidas na história da América Latina pré-colombiana. De origem quechua, o artista pintou e
esculpiu grande parte de seu trabalho durante regimes ditatoriais. O sentimento
de sofrimento e opressão é notado em muitas telas. O autor ainda guarda relação
com a cidade de Brasília, pois esteve presente na data da inauguração. Na
ocasião pintou um retrato de Juscelino Kubitschek, também disponível na exposição em
Brasília.
Quem quiser
visitar a exposição “Guayasamín - Continente Mestiço” e a campanha “Gracias
Ecuador” poderá fazê-lo até este domingo (14/10), no Museu Nacional de
Brasília – que fica na Esplanada dos Ministérios. A exposição fica aberta das
9hs às 18h30.
Por
Frederico Cabala, de Brasília
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