“Atualmente, as fronteiras servem para gerar lucros financeiros
e ideológicos”, assegura Claire Rodier numa entrevista
ao Libération. Jurista no GISTI,
uma associação francesa de apoio aos imigrantes, esta acaba de publicar Xénophobie business, um livro sobre a gestão dos fluxos
migratórios pelos Estados. Segundo esta, cada novo dispositivo de controle [parece] servir apenas para revelar as falhas e lacunas dos anteriores, e ter como finalidade justificar os próximos. A agência europeia das fronteiras, Frontex, ilustra na perfeição este paradoxo. Em cinco anos, viu o seu orçamento ser multiplicado por quinze. […] Seria interessante fazer um balanço global dos impactos financeiros do aprisionamento dos estrangeiros, que representa uma parte relevante da “economia de segurança”. Além das infraestruturas e da administração, seria necessário ter em conta o custo de assistência jurídica, médica e psicossocial ou ainda o das escoltas que acompanham as pessoas expulsas, outro mercado muito lucrativo para determinadas sociedades de segurança. Este balanço avaliado deveria ser divulgado à opinião pública.
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