terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mundo está a passar da era da migração para era da mobilidade


Intervindo no quadro do seguimento a dar às recomendações da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, de 1994, o Representante Especial do Secretário-Geral para as Migrações, Peter Sutherland, enumerou as transformações do fenômeno das migrações internacionais, sublinhando que os estados tinham todo o interesse em gerir esses movimentos de uma forma eficaz.
Peter Sutherland sublinhou que a dinâmica das migrações mudara e que estávamos a passar de uma era de migração para uma era de mobilidade. Referiu que numerosos países já não eram apenas países de origem ou países de acolhimento, mas sim países de origem e de acolhimento. “Eu vim de um país com uma longa história de saída de migrantes para o resto do mundo, e que agora está a tornar-se um país de destino”, disse Sutherland, de origem irlandesa, à sessão anual da Comissão de População e Desenvolvimento, que este ano se centrou neste assunto.
“Durante anos, condenamos os países que não permitiam que a sua população migrasse”, disse, acrescentando que, agora que este movimento é possível, é necessário que exista uma “coordenação, e não um controle, tanto a nível nacional como internacional”.Sutherland afirmou que, nesta nova era, as prioridades continuam a ser proteger os direitos dos migrantes, garantindo ao mesmo tempo a proteção do direito dos países a determinarem quem pode atravessar as suas fronteiras, com algumas exceções.
Acrescentou, ainda, que deve iniciar-se um diálogo baseado na cooperação entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, tanto a nível bilateral como regional, citando como exemplo o diálogo entre a União Europeia e a África.Empresas, ONG e sindicatos devem sentar-se à mesa do debate, uma vez que todos podem lucrar com uma gestão eficaz dos fluxos migratórios, que têm múltiplas ramificações para a economia, trabalho, emprego e educação.Os benefícios das migrações são bem conhecidos, disse Sutherland, afirmando que um diálogo alargado pode “encontrar caminhos para compensar quem perde”, quer sejam trabalhadores locais que têm que competir com migrantes, ou países que perdem profissionais qualificados”.
Os funcionários das Nações Unidas salientaram que, numa época em que 200 milhões de pessoas vivem fora do seu país de origem, mais do que em qualquer outro período da história, devem ser criadas parcerias entre os países de origem e de destino dos migrantes.

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