sexta-feira, 5 de junho de 2015

Homem aborda frentista haitiano, cita desemprego no país e ironiza: 'Sorte'

Circula na internet um vídeo no qual um homem aborda um frentista haitiano em um posto de gasolina de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Aparentemente intimidando o funcionário e outro homem, possivelmente também estrangeiro, ele fala sobre o desemprego no país e ironiza ao dizer que o haitiano tem muita "sorte" e "é muito competente" para estar empregado.
 O gerente de vendas Daniel Barbosa, de 42 anos, assume ser quem aparece nas imagens.
Daniel justificou a atitude afirmando que a chegada de estrangeiros no país é parte de um plano do governo federal, em conjunto com outros países latino-americanos, para transformar o continente em uma nação governada sob o regime comunista. O gerente de vendas afirma que não se trata de uma atitude xenófoba ou racista.
"Não tenho problema com estrangeiros que venham para cá para trabalhar", afirmou. "Temos dois, três anos de acolhida do governo esquerdista do Foro de São Paulo a cidadãos haitianos, venezuelanos e cubanos dentro do Brasil. O objetivo dos caras é tomar a América Latina toda para criar a 'Pátria Grande'. Isso é documentado dentro do Foro de São Paulo", justificou.
No vídeo, que teve mais de 9 mil compartilhamentos no Facebook, o homem aparece vestido com roupas camufladas e um símbolo semelhante ao do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do Rio de Janeiro no peito, e usando um boné estampado com a bandeira do Brasil. Ele pergunta ao frentista de onde ele é e, após ouvir que é haitiano, ironiza o fato de o estrangeiro ter conseguido emprego no Brasil, enquanto o funcionário enche o tanque do carro.
"Você é um cara de sorte, irmão. Aqui tem um dos milhares de haitianos trazidos pelo governo comunista da Dilma Rousseff enquanto milhares, só no mês passado, de brasileiros, perderam o emprego no Brasil. Parabéns, irmão, você é muito competente. Aqui no Brasil, são todos incompetentes", diz o homem na filmagem.
Ainda nas imagens, o homem questiona o frentista se ele tem treinamento militar. A resposta é negativa. Na sequência, ele se volta a outro homem que observava a conversa e questiona:  "Você também é haitiano, irmão?". O homem não responde e deixa o local. "Vocês estão vendo como funciona o negócio? Meu irmão, a gente já está em guerra", disse.
Daniel diz fazer parte de um movimento denominado Cruzada pela Liberdade, composto por diversos grupos no Brasil e no exterior. Segundo ele, o objetivo da entidade é combater a corrupção.
O gerente de vendas afirma possuir documentos que comprovam a tentativa de dominação do Brasil pelo Foro de São Paulo com apoio de "agentes estrangeiros". "Existem muitas investigações, denúncias da própria Policia Federal de que muitos são oficiais de Cuba e da Venezuela", diz.
Em relação ao frentista do posto, Daniel garante não ter nada contra o funcionário. "Não tem nada a ver com aquele indivíduo. Foi um exemplo. Eu poderia estar em São Paulo perto da Avenida Paulista", afirma.
"Não é nem um receio, é um cuidado. Se a sua casa está recebendo pessoas e, entre elas, você sabe que existe grande possibilidade de que existem bandidos, como você vai tratar isso? Vai perguntar. Foi o que fizemos. Isto é jornalismo investigativo, ou melhor, jornalismo de emboscada", disse.


G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário