sábado, 20 de junho de 2015

Dia Mundial do Refugiado e Semana Nacional do Migrante



“Eu te dou coragem, sim, eu te ajudo”
“Não tenhas medo, que eu estou contigo. Não te assustes, que sou o teu Deus. Eu te dou coragem, sim, eu te ajudo.” (Is 41,10)
            São tantos os gritos e as dores: dos que fogem da guerra civil na Síria, de milhares de migrantes e refugiados – de países africanos, do oriente médio e de tantos países - que perderam pessoas queridas tragadas pelas águas do Mar Mediterrâneo, na tentativa de chegar à Europa. Intolerâncias religiosas, étnicas e outras formas de rechaço, discriminação e de vulnerabilidade social expõem milhões de pessoas a condições de extremo sofrimento, de abandono, de morte em alto mar, em desertos, em caminhos à busca de simplesmente de sobrevivência. É fácil fechar os olhos ou adotar uma atitude de indiferença! Algumas vezes dizemos: O que podemos fazer se somos poucos, se não temos poder político ou econômico?
Celebrar o dia dos migrantes e dos refugiados é um desafio diante deste cenário internacional, e mesmo no Brasil, onde crescem resistências aos haitianos, aos senegaleses, aos ganeses, aos congoleses e a tantos outros que continuam a chegar ao nosso País. As dificuldades ou crise econômica e política, às vezes como escusa, levam a questionamentos no que tange ao acolhimento e proteção destas pessoas em mobilidade humana.
Celebrar é dizer não às violências, é romper o silêncio e contribuir para que o grito das vítimas seja ouvido e suas palavras fundamentem políticas de acolhimento, de solução dos conflitos, de reafirmação da dignidade humana acima das fronteiras e dos interesses presentes na globalização da indiferença ou mesmo dos medos infundados de que o outro seja um concorrente ou uma ameaça. Para que este “dizer não às violências” seja verdadeiramente profecia é preciso seguir de perto o que nos propõe o profeta Isaías (41,10):
Ø        Independente de quão grave esteja a situação e os riscos pelos quais estão passando migrantes e refugiados, há sempre uma certeza – o Senhor está conosco e nos diz ‘não tenhas medo’. O medo paralisa e muitas vezes nos impede de ver alternativas, grupos de apoio e solidariedade, mãos amigas e fraternas. Não tenhamos medo!
Ø        É Deus quem nos dá a coragem para persistir quando ‘tudo’ à nossa volta parece nos levar à derrota. Deus se faz presente quando transformamos a boa vontade e nossa fé em ações efetivas de proteção à vida humana, sem preconceitos ou barreiras de qualquer ordem. A ‘AJUDA’ é gesto concreto que viabiliza políticas, articula espaços de acolhimento, gera solidariedade, dinamiza a criatividade na busca de soluções do que for emergencial e do permanente, contribui para a continuidade de tradições e percursos identitários.
Enfim, celebramos por acreditarmos que, juntos, estamos tecendo uma rede de solidariedade cujos fios estão presentes por todo o Brasil nas várias organizações, serviços e pastorais voltadas para o povo em mobilidade humana.  São sinais, formas de presença, ações, exemplos de doação que apontam e nos conduzem ao nosso sonho de uma terra sem males onde todos possamos viver com dignidade, como filhos e filhas de Deus. 

Setor Mobilidade Humana

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