Um total de 217 ganeses que chegaram ao Brasil para a Copa do Mundo
pediram refúgio desde o dia 30 de junho, confirmaram nesta quinta-feira fontes
oficiais. Os ganeses se dirigiram ao Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) de
Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e, segundo a coordenadora da instituição,
Maria do Carmo dos Santos, "a situação é muito complicada".
A coordenadora explicou que nesta quinta-feira mesmo chegaram mais 13
ganeses, que se somaram aos 204 que já tinham passado pelo centro
anteriormente. Segundo ela, são pessoas que obtiveram um visto provisório de 90
dias para poder assistir jogos da Copa por meio da apresentação de ingressos.
Após passar pelas cidades de cidades de Natal, Fortaleza ou Brasília,
onde a seleção de Gana jogou suas partidas da fase de grupos, os torcedores se
dirigiram ao sul em busca de refúgio e emprego. O principal destino foi a
cidade de Caxias do Sul, onde os imigrantes obtiveram, além de alimentos e
roupas no CAM, assistência para a tramitação dos documentos necessários para a
solicitação de refúgio.
Essa solicitação gera um protocolo que permite ao imigrante ter acesso a
um emprego e a uma série de direitos individuais, enquanto o Comitê Nacional
para os Refugiados (Conare), que depende do Ministério da Justiça, estuda caso
a caso. As autoridades de Caxias do Sul, que nos últimos anos receberam até
três mil haitianos e senegaleses, já mostraram sua preocupação com este novo
fluxo migratório.
Por sua parte, a Polícia Federal abriu uma investigação para determinar
se trata de um fato espontâneo surgido perante a oportunidade aberta pela Copa,
ou se é fruto da manobra de algum intermediário que estivesse cobrando dinheiro
dos imigrantes ganeses.
Efe
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