quinta-feira, 31 de julho de 2014

Governo australiano tentou ocultar relatório sobre situação de imigrantes

A Austrália envia os imigrantes indocumentados que tentam alcançar as suas costas para centros de detenção, incluindo dois na ilha papuana de Manus, e outro em Nauru, no Pacífico Sul, durante a tramitação dos seus pedidos de asilo

O Governo da Austrália tentou encobrir um relatório que revela os problemas psíquicos enfrentados pelos menores em centros de detenção para imigrantes indocumentados, denunciou hoje uma comissão de investigação.
O diretor do serviço de saúde mental destes centros, Peter Young, explicou à comissão que a sua equipa apresentou um relatório sobre a situação de menores detidos na ilha de Christmas e em Nauru que mostrava “um grande número de crianças com distúrbios mentais significativos”.
Segundo Young, a apresentação do relatório provocou uma resposta "negativa" por parte do departamento de Imigração.
A Imigração “reagiu de forma alarmada e pediu-nos que retirássemos estes dados do nosso relatório", disse Young numa declaração perante a Comissão Australiana para os Direitos Humanos, segundo a estação ABC.
Young disse que o relatório incluía os casos de 128 menores que tentaram autoinfligir-se nos últimos 15 meses, 23 dos quais em mais de duas ocasiões, ingerindo substâncias tóxicas ou batendo com a cabeça contra as paredes.
A Austrália envia os imigrantes indocumentados que tentam alcançar as suas costas para centros de detenção, incluindo dois na ilha papuana de Manus, e outro em Nauru, no Pacífico Sul, durante a tramitação dos seus pedidos de asilo.
O Governo mantém um forte secretismo sobre a situação destas pessoas e as operações da marinha para bloquear a passagem de barcos que tentam chegar ao território australiano, apesar das críticas do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados e Amnistia Internacional.
Muitos destes imigrantes fugiram de conflitos no Afeganistão, Darfur, Paquistão, Somália e Síria, e outros escaparam à discriminação ou condição de apátridas como as minorias rohingya, da Birmânia, ou Bidun, da região do Golfo.


Jornal I

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