A imigração para o Chile cresceu
24 por cento no passado, pois o país mais rico da América Latina atraiu
trabalhadores de países como o Peru, a Colômbia e a Espanha, relaxando a
pressão sobre os salários graças à queda da taxa de desemprego.
O número de pessoas que obtiveram residência temporária ou permanente
aumentou para 158.128 em 2013 de 127.362 no ano anterior, segundo um relatório
do Departamento de Imigração.
Os peruanos
representaram 57.818 dos recém-chegados, com 30.137 colombianos e 5.739
espanhóis, quase o dobro do que no ano anterior.
O fluxo de entrada de estrangeiros representou boa parte da adição de
183.240 pessoas à força de trabalho no ano passado, ajudando a
manter o crescimento dos salários em 5,5 por cento nos 12 meses, disse Hermann
González, economista da unidade local do Banco Bilbao Vizcaya
Argentaria SA da Espanha.
O governo montará uma comissão para coordenar políticas de
imigração pelo grande crescimento dos números, disse neste mês o
Ministério do Interior.
“A imigração
contribuiu para o crescimento econômico até o ano passado, quando houve uma
grande demanda por trabalhadores”, disse González ontem em entrevista por
telefone. “Eles ajudaram a deter os aumentos salariais, que poderiam ter sido
maiores sem eles”.
A taxa anual de inflação caiu para o valor recorde de 0,9 por cento em
maio do ano passado, mesmo depois que a economia se expandiu
4,9 por cento no primeiro trimestre em relação ao ano anterior. A inflação
acelerou para 4,7 por cento em maio, pois o Banco Central reduziu taxas de
juros e o peso chileno se enfraqueceu.
Desemprego
O desemprego caiu
para o pico negativo de 5,7 por cento no segundo semestre do ano passado frente
a 9,7 por cento no final de 2009, antes de subir para 6,3 por cento nos três
meses encerrados em maio.
A taxa de desemprego
subiu porque o crescimento econômico desacelerou para 2,6 por cento no primeiro
trimestre.
Embora a imigração
nos últimos dez anos tenha sido dominada pelos peruanos, atualmente bolivianos
e colombianos estão tendo um papel mais importante.
O Chile também está atraindo mais pessoas do mundo desenvolvido,
como os EUA, que contribuíram com 3.756 imigrantes no ano passado, e a Espanha.
O impacto exato sobre
a força de trabalho é difícil de estimar, já que o relatório não fornece cifras
sobre quantos desses imigrantes são dependentes. Os estudantes não representam
uma proporção significativa, conforme o relatório.
Riqueza atraente
O Chile está atraindo imigrantes após se tornar a nação mais rica da
América Latina, com uma renda per capita, baseada na paridade do poder
aquisitivo, de US$ 19.887, segundo o FMI. A cifra se compara com US$ 11.735 no
Peru e US$ 11.730 na Colômbia.
O país latino-americano também está atraindo imigrantes do sul da Europa,
que está estagnado em uma recessão econômica.
Íñigo Martínez diz
que ele não pensou duas vezes antes de se mudar para Santiago em 2011, ano em
que a taxa de desemprego da Espanha ultrapassou 22 por cento, conquanto não
tivesse um emprego esperando-o.
Hoje, Martínez é gerente de marcas de uma divisão de luxo da Cencosud
SA, a maior varejista do Chile segundo vendas. Ele comprou uma casa e
não tem planos para voltar à Europa. Muitos dos seus amigos o seguiram, disse
ele.
O crescimento da
imigração se dá em paralelo com a desaceleração do crescimento da população do
Chile em comparação com seus vizinhos latino-americanos.
O país teve uma taxa
de nascimentos de 14,1 por 1000 em 2012, segundo a Organização Mundial da
Saúde, comparado com 20 no Peru, 19,1 na Colômbia e 16,9 na Argentina
Exame.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário